Investidores com R$ 250 bilhões em patrimônio preferem comprar renda fixa em 2023
A preferência dos investidores por renda fixa em 2023 não é uma mera percepção. Levantamento mostra que tem “gente de peso” trocando estratégias mais arrojadas na renda variável por teses mais conservadoras em ações ou mesmo já aproveitando a Selic a 13,75% ao ano.
É o que mostra a Smartbrain, que elaborou uma pesquisa com base no processamento diário de 340 mil extratos de investimento. Em cifras, o número corresponde a R$ 250 bilhões em patrimônio.
O estudo mostra que as incertezas provocadas por um ano de eleições presidenciais levou o investidor brasileiro a preferir estratégias mais conservadoras. Como resultado, o investidor está colocando mais renda fixa em sua carteira de investimentos.
Por outro lado, a presença de produtos mais arrojados de renda variável, como fundos multimercados e criptomoedas, diminuiu no portfólio dos brasileiros atualmente, como mostra a pesquisa da Smartbrain.
Contudo, para quem não abre mão de ter exposição em empresas listadas na bolsa brasileira, a pesquisa revela preferência por ações mais tradicionais e longevas no mercado, como a Vale (VALE3) e a Petrobras (PETR4).
“O setor financeiro, considerado resiliente aos diferentes cenários econômicos, também ganhou destaque na carteira dos investidores por meio das ações do Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e da própria B3 (B3SA3)”, destaca a Smartbrain.
O que está bombando na renda fixa?
A renda fixa tem atraído muitos investidores em 2023 na esteira dos consecutivos reajustes da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, estacionada em 13,75% ao ano.
Com juros em patamares elevados, os produtos de renda fixa oferecem maior rentabilidade ao investidor, com uma relação de risco retorno superior ao que índices de renda variável (Ibovespa, Ifix, etc) têm entregado no curto prazo.
Na lista produtos que estão na mira dos investidores estão títulos públicos, certificados de depósito bancário (CDBs), letras de crédito imobiliário (LCIs) e do agronegócio (LCAs), dentre outros.
Na prática, os investimentos em renda fixa funcionam como um empréstimo que o investidor realiza ao governo brasileiro, bancos ou empresas para resgatar o valor acrescido de juros.
De acordo com a Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), eles são considerados mais seguros, pois o emissor dos títulos públicos é o governo federal. Já os CDBs, as LCIs e LCAs têm cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Em geral, a desvantagem dos produtos de renda fixa é oportunizar menor rentabilidade quando comparados com a renda variável. Por isso, são recomendados para investidores com perfil conservador, que priorizam a segurança em relação ao retorno financeiro.