Investidores apostam em petróleo de olho na decisão da Opep+
Depois do maior ganho diário desde maio, o barril de petróleo opera na expectativa de um corte significativo da oferta da commodity pela Opep+.
O barril do West Texas Intermediate ultrapassou US$ 84, após avançar mais de 5% na segunda-feira. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, incluindo a Rússia, estudam reduzir a produção em mais de 1 milhão de barris por dia quando se reunirem nesta quarta-feira, segundo delegados.
Na terça-feira, o CEO da Saudi Aramco alertou que a capacidade ociosa do mercado global de petróleo é extremamente baixa.
“Se não fizerem nada, os preços cairão para US$ 80 ou menos, o mercado está ‘bearish’”, disse sobre a tendência baixista dos preços Fereidun Fesharaki, fundador e presidente da FGE, em entrevista à Bloomberg Television. “Eles têm que fazer alguma coisa, não têm escolha. Vão querer proteger algo, que está em torno de US$ 90 por barril, afirmou.
O petróleo teve queda de 25% no último trimestre em meio a um cenário no qual bancos centrais, como o Federal Reserve, elevaram as taxas de juros em ritmo acelerado para combater a inflação.
O aperto da política monetária reforçou as expectativas de forte desaceleração do crescimento global, o que afetou a demanda por commodities, que também foram atingidas pela alta do dólar, embora parte dessa força tenha esfriado na terça-feira.
Nos últimos dias, a estrutura do mercado se consolidou para os principais contratos futuros de petróleo, indicando um ambiente mais sólido para combustíveis brutos e refinados.
O contrato do WTI de prazo mais curto fechou no nível mais forte desde o início de agosto, enquanto o mesmo indicador para o diesel europeu alcançou o patamar mais firme desde julho.
A reunião da Opep+ em Viena será a primeira presencial do grupo desde que a pandemia trouxe o formato online. Além disso, ministros planejam realizar uma coletiva de imprensa após a sessão, a primeira desde o ano passado.
Atualmente, muitas nações da Opep+ não conseguem cumprir integralmente suas atuais cotas de produção devido às restrições de oferta. Com isso, qualquer acordo sobre uma redução na produção coletiva não levaria necessariamente a uma queda proporcional nos barris reais, dada a incompatibilidade.
“Um corte considerável da produção para novembro foi rapidamente repassado nos preços”, disse Tamas Varga, analista da PVM Oil Associates. “Os dois principais contratos de petróleo ganharam cerca de US$ 4 por barril e os ‘backwardations’ se ampliaram muito”, disse Varga sobre a expectativa de um grande corte na oferta e fazendo referência ao termo que indica quando as cotações no curto prazo são negociadas acima dos níveis para entrega em data futura.
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