Investidor tira dinheiro de fundos e prefere aportar em renda fixa isenta de Imposto de Renda

Os investidores resolveram sacar mais dinheiro do que realizar novos aportes em fundos de investimentos em setembro, o que pode indicar uma nova tendência no mercado: a de investir diretamente em produtos de renda fixa isentos de cobrança do Imposto de Renda.

A indústria brasileira de fundos registrou captação líquida negativa de R$ 22,9 bilhões no mês passado, segundo dados divulgados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

No acumulado do ano, o resultado foi ainda mais vermelho, como já noticiou o Money Times. Os fundos de investimentos perderam R$ 17,1 bilhões entre janeiro e setembro.

Os resgates feitos nos fundos multimercados e de ações em setembro contribuíram para o esvaziamento dos fundos de investimentos em geral.

Multimercados e ações

Os fundos multimercados, que aplicam recursos tanto em produtos de renda fixa quanto de renda variável, tiveram saída líquida de R$ 10,4 bilhões no mês passado.

A intensificação dos riscos para o ambiente global em setembro, em certa medida, explica o maior resgate líquido da classe.

Reforça essa percepção o resgate de R$ 9,1 bilhões do tipo investimento exterior, a segunda subcategoria mais representativa dos multimercados em patrimônio líquido (R$ 711,7 bilhões).

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A classe de ações também apresentou um fluxo de recursos negativo em setembro, com retiradas líquidas de R$ 3,9 bilhões.

Guinada na renda fixa

Os fundos de renda fixa também exibiram saída líquida em setembro, na ordem de R$ 12,2 bilhões. Mas isso não significa que os investidores estejam fugindo da modalidade, levando em conta que a taxa Selic segue estacionada em 13,75% ao ano.

No acumulado dos últimos nove meses, a indústria de fundos de renda fixa soma captação positiva de R$ 94,7 bilhões, ainda que bem abaixo dos R$ 239,1 bilhões do mesmo período de 2021.

A fuga de recursos da indústria de fundos está relacionada aos rendimentos elevados oferecidos no momento por opções mais diretas de investimento.

Ou seja, tem sido mais vantajoso o investidor comprar diretamente produtos de renda fixa isentos de IR do que deixar a responsabilidade para os gestores de fundos, ainda levando em conta a cobrança de taxa de administração.

De acordo com Evaldo Perussolo, do Banco Bari, a renda fixa é capaz de oferecer produtos ideais para quem procura viver de renda e até complementar o orçamento do mês, sem a necessidade de se estar dentro de um fundo de investimento.

LCI Renda Mensal

Recentemente, foi lançado no mercado uma Letra de Crédito Imobiliário (LCI) voltada para o recebimento de renda mensal.

Dentre as vantagens dessa aplicação estão a isenção de Imposto de Renda e o rendimento de 100% do CDI, que garante dinheiro extra todo mês na conta do investidor. O novo título tem investimento mínimo de R$ 30 mil e validade de três anos.

Uma aplicação de R$ 300 mil na LCI Renda Mensal que rende 100% do CDI apresenta hoje um rendimento aproximado de R$ 3.216 líquido por mês.

Já um imóvel avaliado em R$ 300 mil, para usar o mesmo valor já citado, pode ser locado hoje por aproximadamente R$ 1.500 por mês (valor bruto, sem considerar impostos e/ou taxa de administração da imobiliária), considerando o índice de 0,50% sobre o valor do imóvel.

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