Mercados

Investidor posicionado nos EUA se blindou de enrosco de Faria Lima com governo eleito

11 nov 2022, 19:10 - atualizado em 11 nov 2022, 19:10
dólar
Investidor alocado no estrangeiro aguentou melhor enrosco de Faria Lima com governo eleito

Enquanto o risco fiscal embutido na nova PEC acabou levando o governo eleito e a Faria Lima a bater cabeça, os investidores posicionados em ativos no mercado americano tiveram uma semana para comemorar.

O S&P 500, que considera as 500 ações mais negociadas dos EUA, obteve um aumento de 5,9%, colando na marca dos 4.000 pontos. O cenário foi ainda melhor para o Nasdaq, índice altamente exposto a ações de tecnologia, que subiu 8,1% na semana — o melhor desempenho desde março.

A forte valorização reflete um otimismo renovado de Wall Street sobre os próximos passos do Federal Reserve. A leitura da inflação de outubro surpreendeu positivamente os investidores e abriu espaço para se especular um aumento de 0,50 ponto percentual na taxa de juros na próxima reunião da autoridade monetária.

A possibilidade de um pouso menos forçado para a economia americana, com antecipação de aumentos menos dramáticos pelo Fed, desencadeou uma onda compradora em ativos que estavam sendo negociados consideravelmente abaixo de seus múltiplos.

É o caso de diversas ações do setor de tecnologia de informação, consumo e setor imobiliário, que viram entre ontem e hoje valorizações que somam mais de 20%.

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Vai durar?

O bom humor dos mercados americanos depende ainda de novos dados que confirmem um arrefecimento mais consistente da inflação, que transita em patamares de 40 anos atrás.

Como aponta o banco UBS, as divulgações mais recentes já haviam indicado um declínio considerável nos preços de bens de consumo importados e carros usados, à medida que gargalos nas cadeias de produção se tornam mais suaves.

O mercado de trabalho americano, por outro lado, continua avançando em um ritmo superior ao que Wall Street gostaria. Na previsão do UBS, no entanto, a ajuda do mercado de trabalho na queda da inflação deverá começar na segunda metade de 2023, enquanto a desocupação trará deflação somente em 2024.

Segundo Guilherme Zanin, analista da corretora Avenue, apesar da força de freio na economia exercido pela piora das condições macroeconômicas, é pouco provável que os Estados Unidos apresentem um quadro recessivo como visto há dois anos com o início da Covid-19, ou mesmo equivalente ao da crise do subprime em 2008.

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