Investidor da Oi (OIBR3) pode terminar 2023 no prejuízo, diz Santander; veja os motivos para vender ação
O Santander rebaixou o preço-alvo da Oi (OIBR3) de R$ 0,90 para R$ 0,15 em 2023, além de mudar a recomendação de “manutenção” para “abaixo do mercado”, o equivalente a venda.
De acordo com os analistas Felipe Cheng e Cesar Davanço, a redução do preço-alvo é explicada principalmente pelo consumo de caixa acima do esperado nos 9 primeiros meses de 2022 e menores estimativas operacionais de curto a médio prazo.
Embora a Oi tenha caído bem mais que o Ibovespa (-77% vs. -4,79%), o banco ainda vê um risco/retorno pouco atraente para as ações.
“Acreditamos que a empresa deve continuar enfrentando desafios operacionais nos próximos anos, marcados por um nível ainda elevado de queima de caixa em 2023”, diz.
Apesar disso, o Santander elencou dois pontos que podem pesar a favor da tele:
- resultado favorável no processo de arbitragem com a Anatel, o que pode gerar créditos tributários consideráveis;
- reavaliação da V.tal, uma vez que a Oi ainda detém uma participação acionária de 34% na empresa;
Oi em 2023
De acordo com o Santander, a Oi reportará a receita líquida de R$ 10,2 bilhões (excluindo operações descontinuadas) em 2023, implicando um crescimento baixo de dois dígitos em relação a 2022.
“Tal crescimento deve ser impulsionado principalmente pelo negócio de fibra ótica, já que a Oi deve permanecer como o cliente âncora da V.tal, que deverá continuar expandindo sua presença em um ritmo acelerado”, diz.
As projeções da tele indicam que a empresa de fibra ótica deve atingir mais de 34 milhões de residências transmitidas até 2025, praticamente o dobro em relação ao seu tamanho atual.
“Do lado negativo, as receitas legadas relacionadas à concessão de voz fixa da empresa devem continuar caindo em ritmo forte”, prevê.
Neste ano, o Ebtida da Oi pode chegar a R$ 700 milhões, o que implica uma margem Ebitda de meio dígito.
“As tendências de Ebitda fraco são parcialmente explicadas por custos mais altos relacionados ao crescimento de FTTH, já que os custos da Oi com V.tal devem ser elevados nos estágios iniciais e diminuir gradualmente ao longo do tempo”, justifica.
As despesas devem girar em torno de R$ 1,2 bilhão para 2023, o que, segundo os analistas, implica uma relação capex/vendas baixa de dois dígitos.
“Por fim, estimamos um consumo de caixa de R$ 2 bilhões, uma vez que as margens de fluxo de caixa operacional devem permanecer pressionadas e as despesas financeiras devem permanecer elevadas. Esperamos que o fluxo de caixa operacional se torne positivo apenas em 2025”, completa.