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Investe em tech? Vale do Silício é a estrela de semana de balanços nos EUA; saiba o que esperar

24 out 2022, 18:34 - atualizado em 25 out 2022, 17:05
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Big techs são as estrelas da semana (Imagem: Reuters)

Após a semana dos ‘bancões’, é a vez das big techs divulgarem seus balanços trimestrais nos Estados Unidos. Amanhã (25) estão previstos os números da Alphabet, Twitter e Microsoft. A Meta publica o resultado na quarta-feira (26). Amazon e Apple finalizam a semana com divulgações na quinta-feira (27).

Esta será a última oportunidade do ano para examinar os fundamentos das companhias do Vale do Silício, que chegam ao fim do terceiro trimestre mais pressionadas pelo cenário macroeconômico adverso.

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Dólar alto é cereja do bolo de problemas em 2022

A apreciação do dólar ante outras divisas é a primeira das questões no radar das companhias, uma vez que afeta diretamente a receita vinda de operações internacionais. Entre julho e setembro, a alta de 12% do índice DXY revelou fortalecimento do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes (entre elas, o iene, o euro, a libra e o dólar australiano), corroendo parte das remessas enviadas para dentro dos Estados Unidos.

Para se ter ideia do tamanho do problema que o efeito cambial pode representar às titãs da tecnologia, de acordo com o site especializado em métricas financeiras FactSet, cerca de 58% da receita dessas empresas decorrem de operações internacionais — a fatia mais expressiva entre os 11 segmentos de empresas que compõem o S&P 500.

Na última temporada, a Microsoft (MSFT;MSFT34) já havia alertado seus investidores de que o avanço do dólar poderia cortar 5% das receitas no terceiro trimestre. A  empresa fundada por Bill Gates registrou o mais lento crescimento de receita desde julho de 2020.

À exemplo da Microsoft, Alphabet (GOOG; GOOG34) e Meta (META;META34) também apontaram flutuações cambiais como uma fonte de queda de receita em seus resultados.

Alphabet e Meta devem ter menos gastos com anúncios, o que preocupa investidores (Imagem: Shutterstock/JHVEPhoto?

De olho no segmento de anúncios digitais

A perspectiva de menor gasto com anúncios digitais tem se destacado como uma das principais preocupações entre os analistas quando o assunto é big techs. Isto, porque, para empresas como a Meta (marca parental do Facebook e Instagram) e a Alphabet  (marca parental do Google e do YouTube), a veiculação de anúncios é parte crucial para a geração de receita.

A pressão com custos tem provocado uma verdadeira revolução de anúncios para empresas, como a Amazon, Apple, Netflix e Disney, que pretendem construir novos modelos com o objetivo não só de aumentar a quantidade de anúncios digitais, mas torná-los também mais assertivos.

Como mencionado pela Barron’s, revista semanal da Dow Jones Company, a disparidade entre a Alphabet, que cai 30%, e a Meta, que cai 60%, pode ser explicada, em partes,  pela maior assertividade dos anúncios de pesquisa (do Google) em relação aos anúncios responsivos (do Facebook e do Instagram).

Momento de corte de custos chegou

Se 2022 é um ano ‘perdido’ para o mercado financeiro em um geral, a afirmação é ainda mais dramática para o setor de tecnologia.

O ciclo de aumento de juros, conduzido pelo Federal Reserve  há cerca de seis meses, começou a pressionar os custos para as empresas do Vale do Silício, conhecidas por possuírem um modelo de negócio acentuadamente alavancado — isto é, que dependem da criação de dívidas no presente para sustentar a criação de valor no longo-prazo.

Para conter a possibilidade de um maior endividamento no curto-prazo, algumas dessas companhias já iniciaram cortes de empregos. Na semana passada, por exemplo, a Microsoft anunciou a demissão de 1000 funcionários operantes em diversas divisões. O Twitter também pode seguir o mesmo caminho, haja vista a chance de que Musk, o novo provável dono da rede social, estaria cogitando uma demissão de até 75% da força de trabalho para suprimir custos.

É esperado que o aumento dos custos com capital continue sendo o principal vilão da temporada, tendo em vista o efeito de erosão que este possui na receita (há um efeito de supressão de demanda generalizado na economia) na perspectiva de lucro das ações.

Face ao cenário de menor liquidez no sistema financeiro, o Nasdaq apresenta uma queda de 30% entre janeiro e outubro, o pior resultado em nove meses desde a bolha da Internet em 2002. Devido à sua alta composição em ações de tecnologia, o índice é considerado um termômetro fiel do segmento.

Apesar do momento difícil, big techs continuam sendo boas opções ‘defensivas’

Mesmo com o aumento dos juros-base na economia americana penalizando setores mais alavancados, como o de tecnologia, Arthur Siqueira, sócio e analista da GeoCapital, acredita que as empresas do Vale do Silício continuam sendo boas opções defensivas para enfrentar o momento do mercado.

“O setor [de tecnologia] é mais volátil e deve sofrer, mas empresas como a Meta e Alphabet sofrem menos na hora que os clientes cortam os seus orçamentos”, analisa.

Corrobora a visão de Arthur a quantidade de vezes com que Alphabet e Microsoft foram recomendadas na composição das carteiras de BDRs em outubro. Cada uma das companhias recebeu 9 indicações;

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