Internacional

Inversão de Treasuries é por queda de prêmio e não indica recessão, diz Wells Fargo

26 mar 2019, 21:13 - atualizado em 27 mar 2019, 11:21
Mesmo com vendas maciças pelo Federal Reserve, yields apresentam trajetória de queda

Diante da inversão da curva de Treasuries de 3 meses e de 10 anos, com maior rendimento a ser pago pelo Tesouro dos EUA ao de curto prazo em relação ao de mais longo, e a vasta proliferação de análises sobre possível precedente de recessão na maior economia do mundo, o Wells Fargo publicou análise nesta terça-feira (26), avaliando que não é indicativo de quadro recessivo e, mais do que isso, de que a curva nunca esteve tão flat.

Inicialmente, o economista global Jay. H. Bryson relembra as recessões precedidas pela inversão, como quando a diferença subiu para 60 pontos-base 17 meses antes de 2008 e subiu quase 100 pontos-base no final de 2000, precedendo a recessão de 2001. Ou seja, o módulo da diferença (quantidade absoluta de pontos-base) não é significativa para a magnitude da recessão a vir, segundo o Wells Fargo.

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Queda do prêmio de risco

A questão a se debruçar, para o economista, é a queda do prêmio de risco pelos Treasuries devido ao alto volume de compras realizado pelo Federal Reserve. Pesquisadores da própria autarquia avaliam queda do prêmio de risco em 60 pontos-base, com a compra de US$ 1,5 trilhão em títulos.

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Após a venda de US$ 1 trilhão, o Fed autorizou mais US$ 300 bilhões a serem dispensados de seu balanço e, mesmo assim, os yields de 10 anos continuam baixos. “Na ausência das compras do QE (Quantative Easing), provavelmente haveria um declive positivo entre os títulos de 3 meses e de 10 anos atualmente”, avalia o Wells Fargo.

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De olho na tríade

Em conclusão, Bryson afirma que a curva de juros é o único indicador a sinalizar algum tipo de problema atualmente nos EUA. Para fundamentar a argumentação, o economista aponta que as condições financeiras naõ estão tão restritas. Além disso, ressalta o suporte do mercado acionário e o crescimento no volume de empréstimos dos bancos.

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Por fim, o Wells Fargo destaca que, para haver recessão, seria necessária a seguinte tríade: inversão sustentada da curva de juros; restrição generalizada nas condições financeiras e deterioração dos fundamentos econômicos.

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