AgroTimes

Invernada pode atrapalhar trabalhos de campo em algumas áreas do Brasil; saiba o que esperar do clima

06 jan 2025, 17:45 - atualizado em 06 jan 2025, 17:45
Chuvas clima colheita
(iStock.com/BrilliantEye)

A primeira metade do mês de janeiro será marcada por uma invernada, um período marcado por chuvas, que deve atrapalhar os trabalhos de colheita da soja, assim como o avanço do plantio do milho verão.

“O ano começa com um mês que pode ser dividido em duas partes. Na primeira quinzena, a chuva fica concentrada no Centro e Norte do Brasil, com invernada em algumas localidades, o que traz dificuldades para quem quer colher nesse período. Essa chuva será persistente em algumas áreas entre Goiás, Mato Grosso e Sul do Tocantins e principalmente Minas Gerais”, vê Desirée Brandt, meteorologista e sócia-executiva da Nottus Meteorologia.

Por outro lado, Brandt reforça que a chuva será muito bem-vinda para áreas do Matopiba, perdurando até 16 e 17 de janeiro. No total, estima-se que a primeira quinzena de janeiro pode acumular entre 200 a 300 milímetros de chuva nessas áreas.

A segunda metade de janeiro

Após esse período, o padrão de distribuição de chuvas começa a mudar, com a umidade migrando para áreas mais ao Sul do Brasil. Aos poucos volta a chover no interior de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná, ainda que não sejam volumes tão robustos como os que serão vistos na primeira quinzena nas áreas citadas.

“No Paraná e no Mato Grosso do Sul, os produtores têm reclamado que a chuva não veio e que o clima está seco, com chuvas tendo ocorrido apenas na primeira metade de dezembro. Desde então, o norte e noroeste do Paraná convive com poucos acumulados, o que preocupa os produtores, que devem continuar a ver essa condição na primeira quinzena de janeiro, combinada com altas temperaturas”. 

Segundo Brandt, as chuvas não param na segunda metade de janeiro no Centro e Norte. No entanto, a ocorrência das chuvas será mais espaçada, sendo esse o momento ideal de janeiro para a realização das atividades no campo nessas regiões.

Para a safra de verão, a expectativa é de condições dentro da normalidade, com bons acumulados de chuvas, diferente da safra passada que foi regida pelo El Niño, que trouxe muitas irregularidades e grandes desafios não só para o setor agrícola, mas como também para o elétrico, por chuvas abaixo do esperado.

E o La Niña?

Na quinta-feira (9), o NOAA divulga novas atualizações em relação a ocorrência do La Niña. Em seu último prognóstico, o NOAA apontou probabilidade de 59% para o fenômeno climático ocorrer até janeiro. A previsão continua para um La Niña de fraca intensidade e curta duração.

Para a região Sul, especialmente o Rio Grande do Sul, normalmente associada a seca devido ao La Niña, a expectativa é de efeitos mais fracos.

O clima até julho

Em fevereiro, a distribuição de chuvas muda ligeiramente, com uma maior concentração ao longo do corredor de umidade que se estende desde a costa do Sudeste até a Região Norte.

Para as regiões Centro e Sul do país, o mês tende a ter chuvas acima da média, com exceção do Matopiba, onde as precipitações ficam abaixo do normal.

Apesar da redução da chuva nessas áreas, isso não caracteriza uma ausência total de precipitação. A situação em março será semelhante, com a chuva ainda sendo predominante nas regiões Norte e Nordeste, mas com maior concentração nas áreas mais ao norte, como é normal para essa época do ano.

A previsão para o Sul do Brasil, por outro lado, é de chuvas abaixo da média, mas isso não significa que não ocorrerão precipitações.

Em abril, a chuva começa a se concentrar mais no extremo norte e na faixa leste do Nordeste, com o interior de Minas e a Bahia apresentando volumes menores de precipitação.

Já em maio, o padrão de precipitação tende a ser semelhante, com o centro do Brasil registrando uma diminuição significativa da chuva, enquanto as regiões Norte, Leste e Sul recebem mais água. Embora o Sul não atinja a média histórica de chuva, as precipitações ainda serão mais intensas do que o esperado para essa época do ano.

Durante os meses de junho e julho, o Brasil experimentará a entrada no período seco, com uma predominância de tempo firme no Centro do país.

No entanto, a previsão para o início de 2025 é muito mais favorável do que o ano passado, quando houve um período seco crítico que contribuiu para um número elevado de queimadas.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Linkedin
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar