Invasão de terras é uma bela indigestão para Lula em todas as frentes
O governo Lula tem uma ação indigesta pela frente em relação às invasões de propriedades rurais em São Paulo. Embora não seja responsável direto, à sua eleição é creditada o incentivo aos movimentos sociais.
As ocupações foram desencadeadas em 10 fazendas por José Rainha, da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), dissidência do Movimento Sem Terra (MST). Este grupo, sim, é historicamente próximo ao PT.
No entanto, também a ala mais a esquerda do partido de governo é a favor de ações como essas que aconteceram no Pontal do Paranapanema, no extremo Sudoeste de São Paulo.
Mesmo a reintegração de posse, que certamente será acatará pela Justiça, não é de responsabilidade do governo federal, mas dos estaduais.
Além do desafio de como operar uma tentativa de diálogo com Rainha, caso de fato o governo queira – até o momento não houve nenhum pronunciamento público sobre as invasões -, há o fato de que Lula e o governador paulista, Tarcísio de Freitas, se aproximaram mais pela situação da tragédia do litoral norte.
Gera mais dificuldades de relacionamento positivo entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com o agronegócio e com os parlamentares dessa base setorial, já críticos históricos desse governo.
A recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), do ministro Paulo Teixeira, é o ponto central do crivo dos produtores, como da Aprosoja, Abag e Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), já cismados com a ida da Conab para essa pasta.