Investimentos

Invasão da Ucrânia: 14 investimentos para se proteger agora, segundo Felipe Miranda, da Empiricus

24 fev 2022, 14:08 - atualizado em 24 fev 2022, 14:08
Tropas da Rússia invadem a Ucrânia
(Imagem: REUTERS/Stringer)

A Rússia decidiu atacar a Ucrânia nesta quinta-feira (24/02). A presença militar russa em Donbass foi considerada por Kiev como o começo de uma invasão total.

Dias antes, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, havia reconhecido a independência das regiões separatistas Donetsk e Luhansk, intensificando a tensão.

O fato é que Putin está atacando a Ucrânia por terra, água e ar – uma guerra.

Além da preocupação humanitária, um conflito com essa relevância altera a dinâmica da economia global, o fluxo de capitais e os investimentos.

“Evidentemente há uma enorme aversão ao risco diante do bombardeio da Rússia na Ucrânia. Com mais incerteza, o movimento é de busca por ativos de proteção e de qualidade”, ressalta Felipe Miranda, CIO da Empiricus

De acordo como Matheus Spiess, analista de investimentos que atua junto com o Felipe na série Palavra do Estrategista, se intensificaram as compras de metais preciosos, especialmente o ouro, bem como de títulos do tesouro de nações desenvolvidas (treasuries), com destaque para Estados Unidos e Alemanha.

A Rússia é uma grande produtora e fornecedora de petróleo, gás e fertilizantes. Com isso, os analistas destacam que os preços das commodities energéticas e agrícolas tendem a subir, gerando pressão inflacionária no mundo.

“Certamente haverá desdobramentos, virão mais sanções à Rússia por parte do ocidente”, disse Matheus sobre as mudanças no comércio global.

Então, o que fazer?

Invasão da Ucrânia requer diversificação de carteira para proteger investimentos, diz Felipe Miranda
Invasão da Ucrânia requer diversificação de carteira para proteger investimentos, diz Felipe Miranda (Imagem: Divulgação/ Empiricus)

O primeiro passo é agir com sabedoria diante de toda a complexidade. “Os investidores não podem entrar em pânico e reagir com base nas emoções nesse momento”, recomenda Felipe.

De acordo com ele, de certa forma, o Brasil tem atratividade nesse cenário. “O Brasil se coloca como par emergente da Rússia, está dentro do Bric. Aqui, há grande produção de commodities e, como a Rússia está complicada, o dinheiro migra para cá”, disse o CIO da Empiricus.

Somado a isso, o cenário de alta de juros nos Estados Unidos tem levado à uma migração de recursos das US techs ou cases de growth para ações de empresas de qualidade e commodities – sendo que o mercado brasileiro já vem sendo um dos principais alvos.

A Bolsa brasileira está barata e muito pesada em commodities e bancos tradicionais. “Em um primeiro momento, acho que os investidores não deveriam mexer nos investimentos na bolsa brasileira. Claro que precisam estar preparados para maior volatilidade no curto prazo, serão dias difíceis pela frente.”

No momento, é interessante ter petróleo na carteira. A ação preferida do Felipe Miranda é a 3R Petroleum (RRRP3), que está descontada, porém ele também defende uma pequena exposição em Petrobras (PETR4), pois pode ser afetada por ruídos eleitorais este ano.

Ele recomenda ainda uma redução das posições nas bolsas americanas, uma parcela de refúgio na Selic e busca por proteções como dólar e metais preciosos, especialmente ouro e prata.

Seguindo essas indicações, os investidores precisam manter suas carteiras diversificadas e, logicamente, adequadas aos seus perfis de risco e objetivos pessoais.

Esse é o panorama geral. Contudo, eu mergulhei em um relatório produzido por Felipe Miranda e Matheus Spiess, na série Palavra do Estrategista e apresento aqui para você os principais pontos e ativos recomendados para o momento:

Um combo de investimentos para a guerra entre Rússia e Ucrânia

Commodities energéticas
Quase metade do suprimento de gás da Europa é importado da Rússia, por isso diversos países europeus se posicionam contra Moscou. “A Europa está lidando com uma crise de energia, resultando em alta acentuada da inflação”, comenta Matheus Spiess.

Conforme ele, a situação é tão delicada que os Estados Unidos estudam planos suplementares para garantir suprimento de energia para a Europa, caso a Rússia venha a suspender as exportações de petróleo e gás para o continente com o acirramento do conflito com a Ucrânia. Autoridades americanas estão em negociações com o Catar e outras nações na Ásia, Oriente Médio e África.

Atualmente, a Rússia produz cerca de 11 milhões de barris de petróleo por dia. “Qualquer ação que afete as exportações russas apertaria o mercado da commodity”, destaca Spiess. Aliás, a Rússia é aliada da Opep pela extensão do cartel, a Opep+.

Outro ponto relevante diz respeito ao urânio. Segundo o analista, desde o ano passado a Europa vem sofrendo pressões energéticas e parece bastante claro que um dos caminhos para a transição verde se dará pela energia nuclear.

“A guerra, com desdobramentos claramente energéticos para o continente, poderia ensejar pressão para uma maior aceitação do modal energético, abrindo espaço para valorização do urânio”, explica Spiess.

Investimentos do setor de energia no radar:

Gás natural:

ETF United States Natural Gas Fund (NYSE: UNG)

Petróleo:

ETF SPDR S&P Oil & Gas Exploration & Production ETF (NYSE: XOP)

Ações da 3R Petroleum (RRRP3) e Petrobras (PETR4)

Fundo Vitreo Petróleo

Urânio:

ETF Global X Uranium (NYSE: URA)

Fundo Vitreo Urânio

Commodities agrícolas

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia pode deixar os mercados de trigo e milho vulneráveis, pois são fornecedores importantes, a exemplo do que aconteceu em 2014 quando a Crimeia foi invadida por forças russas, fazendo os preços dessas commodities dispararem.

De forma geral, as commodities agrícolas estão com cotações em patamares elevados no cenário internacional.

Investimentos do setor agro:

Trigo:

ETF Teucrium Wheat Fund (NYSE: WEAT)

Milho:

Teucrium Corn Fund (NYSE: CORN)

Exposição diversificada:

Invesco DB Agriculture Fund (NYSE: DBA)

Fundo Vitreo Agro

Metais preciosos

As proteções são fundamentais na carteira de investimentos, segundo os analistas da Empiricus. Os preços do ouro e da prata vêm subindo. Em um cenário de aversão ao risco (risk off), esses metais preciosos funcionam como porto seguros.

A demanda por prata está aumentando globalmente e pode atingir recorde em 2022.

Portanto, ouro e prata são hedges em cenário de alta da inflação e de incertezas no ambiente geopolítico.

Proteções:

Ouro:

ETF iShares Gold Trust (NYSE: IAU)

Fundo Vitreo Ouro

Prata:

ETF iShares Silver Trust (NYSE:SLV)

Para saber sobre outras alternativas de investimentos neste momento desafiador de conflito entre Rússia e Ucrânia, leia também o artigo abaixo:

O que a Ucrânia tem a ver com a sua carteira de investimentos?

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