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Inter vs Nubank: Uma ação pode disparar 80% (e outra cair), projeta Citi

03 dez 2024, 19:31 - atualizado em 03 dez 2024, 19:36
Nubank/Inter
(Imagem: Reprodução/Canva - Montagem: Giovanna Figueredo)

O Citi projeta uma ‘gangorra’ entre as duas principais fintechs do Brasil. Em relatório enviado a clientes, o banco rebaixou o papel do Nubank (NU;ROXO34) para venda, com preço-alvo de US$ 11, potencial de queda de 3% em relação ao fechamento desta terça, enquanto reiterou compra em Inter (INBR32), com preço-alvo de US$ 8, potencial de alta de 80%.

Segundo os analistas Gustavo Schroden, Brian Flores e Arnon Shirazi, há uma fadiga do crescimento do roxinho, enquanto o Inter ainda respira ar fresco.

No ano, o Nubank acumula alta de 43%, mas perde 26% desde as máximas em 12 de novembro. Além do resultado, considerado fraco por parte do mercado, o banco também sofre com a piora do cenário macroeconômico das últimas semanas.

“A NU demonstrou uma capacidade impressionante de expandir suas operações no Brasil rapidamente, mantendo um crescimento ainda mais rápido do lucro líquido. A tendência foi verdadeira até o terceiro trimestre, quando observamos uma desaceleração principalmente em sua margem líquida (NII)”, argumenta.

Embora reconheça os esforços da gestão e os méritos para levar os lucros da fintech para outro patamar, o Citi é cauteloso, dado o alto nível de avaliação atual.

“Em nossa visão, há desaceleração na operação brasileira, enquanto as outras vias de crescimento podem levar tempo para serem lucrativas, abre espaço para alguma realização de lucro”, afirma.

Segundo os cálculos dos analistas, NU negocia a 24,2x o preço sobre o lucro (P/L), o que só poderia ser justificado no contexto de uma forte aceleração em suas operações brasileiras.

“Como o banco está (corretamente) desacelerando no Brasil, acreditamos que a avaliação atual parece valorizada”.

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Ar fresco

No caso do Inter, o Citi diz que a fintech ainda respira ar fresco, “pois está no início de um processo de risco, além de sua diversificação bem-vinda”. No ano, a ação cai 17%.

“O Inter acaba de lançar seu portfólio de empréstimos sem garantia, o que deve apresentar benefícios nos próximos trimestres, em nossa visão”.

De acordo com os analistas, o Inter conseguiu registrar uma forte recuperação em sua lucratividade com o ROE (retorno sobre o patrimônio) tendendo a subir.

O portfólio de financiamento ao consumidor, composto por pix, cheque especial, entre outros, ultrapassou R$ 500 milhões no terceiro trimestre. Porém, o Citi vê a cifra em R$ 700 milhões no quarto trimestre.

Entre julho e setembro, o banco teve resultado trimestral recorde no período de julho a setembro, com lucro líquido de R$ 260 milhões, de R$ 104 milhões um ano antes, em meio a um forte crescimento de receita líquida e melhora na rentabilidade.

Projeções de analistas compiladas pela Lseg apontavam expectativa média de lucro líquido de R$ 250,5 milhões para a companhia no terceiro trimestre.

A receita líquida cresceu 32% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 1,7 bilhão.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.