Inter (INTR) vs. Nubank (NU): qual vai se sair melhor no 4T22? Esse banco tem a resposta
O UBS BB divulgou, no último dia 14 de janeiro, o seu parecer sobre o desempenho corporativo dos bancos brasileiros no quarto trimestre de 2022, dentre eles as fintechs Nubank (NU) e Banco Inter (INTR;INTR34).
Em linhas gerais, o banco de investimento diagnostica uma tendência que deve afetar não só as fintechs, como também os grandes bancos como Santander, Itaú e Bradesco. De acordo com o banco, espera-se uma deterioração da qualidade de ativos sob custódia dos bancos.
Há, contudo, destaque positivo para o segmento de crédito corporativo também comum ao grupo de instituições financeiras.
O UBS BB aponta que tanto para as SMEs (pequenas e médias empresas, na sigla em inglês), quanto para o grupo de grandes corporações, poderá haver um recuo do ‘crédito não produtivo’ (NPL, na sigla em inglês) — métrica que afere os empréstimos bancários não retornados pelos tomadores.
Mas, além do crédito corporativo, quais são os critérios que diferenciarão o roxinho do laranjinha nessa próxima temporada de balanços? Veja a seguir.
Nubank: aumento da base de clientes será destaque
O UBS BB estima que o Nubank atinja uma receita trimestral de US$ 100 milhões no 4T22, contra US$ 63 milhões no trimestre imediatamente anterior. A estimativa para a receita da empresa reflete um aumento sazonal do volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) e uma reestruturação do custo de financiamento das operações de crédito.
O roxinho também pode se beneficiar de uma expansão da sua base de clientes em ritmo forte, impulsionando a receita média por cliente ativo (ARPAC, na sigla em inglês).
A instituição projeta que o Nubank chegue a uma base total de clientes da ordem de 74 milhões, contra 70 milhões registrados no último trimestre.
Salienta-se também um crescimento muito menor na linha de empréstimos (avanço de 5% na comparação trimestral e 45% na comparação ano-a-ano).
O grande destaque negativo para o roxinho fica por conta da terminação de um programas de recompensa de ações, com custo de US$ 356 milhões, o que demonstra uma piora da qualidade de ativos para o banco.
Tamanha saída, no entanto, deverá ser neutralizada por um ganho simétrico em ativos.
Inter: retorno ao ponto de equilíbrio, depois de prejuízo no 3T22
Após perder R$ 30 milhões no último trimestre, o banco mineiro deverá retornar ao ponto de equilíbrio no último trimestre do ano (momento em que as despesas e custos se igualam à receita).
Na análise do UBS BB, “a deflação que impactou negativamente os resultados do Inter no 3T22 não reaparecerá no 4T22”. Do lado negativo, o Banco Inter pode sofrer mais com o aumento do custo do risco do que seus pares.
É esperado que a linha de crédito do Banco Inter expanda menos (32% na comparação ano-a-ano) do que o fizera no trimestre imediatamente anterior (41%). Como põe a instituição, “o Banco Inter continua o seu processo de reprecificação que poderá contribuir para as margens de crédito”.
Além disso, o Banco Inter poderá se beneficiar da expansão de taxas (referentes a produtos de crédito) causadas pela sazonalidade: “nós esperamos uma forte expansão das taxas impulsionadas por um TPV razoável e sequenciais expansões do Inter Shop.”
A perspectiva para o GMV (total de mercadorias negociadas) do marketplace do banco não são tão favoráveis quanto foram nos trimestres anteriores, citando efeitos do cenário macroeconômico no Brasil.
Assim como para o Bradesco, o Inter deve apresentar uma expansão no número de clientes, beneficiando-se de uma base de comparação fraca em 2022.
Veredito: estimativa favorece Nubank
O UBS BB permanece construtivo para as duas fintechs, com recomendação de compra no longo-prazo para ambas.
Contudo, quanto às estimativas de lucro para o período 2022-2023, a instituição favorece ligeiramente o Nubank sobre o Banco Inter, citando o maior custo do risco para o banco mineiro.