Comprar ou vender?

Inter (INBR32): XP questiona oferta de ações; ‘dinheiro para quê?’

17 jan 2024, 17:07 - atualizado em 17 jan 2024, 17:35
Inter
“É um pouco difícil para nós acreditar que a diluição a estes níveis de preços ocorreria apenas com o objetivo de aumentar a liquidez”, acrescenta (Imagem: Inter/Facebook)

A XP Investimentos questionou a oferta de ações do Inter (INBR32), que pretende captar US$ 184 milhões. Segundo a corretora, o banco não deixou claro o objetivo da operação.

“O Inter afirmou que pretende usar os recursos líquidos da oferta para fins corporativos gerais, o que consideramos uma declaração pouco específica. O anúncio inicial levanta algumas questões para nós, uma vez que a utilização dos recursos carece de clareza”, avalia.

Além disso, a corretora destaca que tendo em conta o recente crescimento do ROE (retorno sobre o capital) do banco e a sua forte posição de capital, “questionamos a lógica subjacente a esta oferta primária”.

“É um pouco difícil para nós acreditar que a diluição a estes níveis de preços ocorreria apenas com o objetivo de aumentar a liquidez”, acrescenta.

Apesar disso, a XP vê os números preliminares publicados para o quarto trimestre como positivos.

“Como resultado, reafirmamos nossa classificação de compra com preço-alvo de R$ 34 por ação”, completa.

Já Genial coloca que apesar da notícia ser negativa em termos de fluxo (oferta e demanda) no curto prazo, já que deve segurar o desempenho das ações, “acreditamos que o Inter está passando por um forte processo de melhora de rentabilidade evidenciada pelo novo guidance”.

“Em nossa análise, consideramos que o Inter não tinha a necessidade imediata de uma oferta, uma vez que possui folga relevante de capital, evidenciada por uma sólida Basileia de 23,7%. Com a oferta de 32 milhões de ações (R$ 800 milhões), a Basileia do banco eleva-se para 26,9%. Incluindo o adicional de 4,8 milhões de ações (totalizando R$ 920 milhões), a Basileia pode atingir 27,4%.”, completa.

Para a Ágora, o anúncio pode pesar no desempenho das ações, considerando que representa uma parcela considerável (quase 20%) do free float.

Por volta das 17h, o papel caia 3,55%, a R$ 23,6.