Inter (BIDI11) vê tendência de baixa para inflação com alívio em alimento

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23 ago 2022, 15:24 - atualizado em 23 ago 2022, 15:24

Banco Central, juros, selic, copom — Nesta segunda-feira, o boletim Focus do Banco Central trouxe revisão para baixo no IPCA de 2023 após 19 semanas de alta — para 5,33%, acima da estimativa do Inter (Imagem: Banco Central/Antônio Cruz)

A inflação deve arrefecer nos próximos meses e voltar para um patamar abaixo 5% em 2023, com a ajuda do alívio dos preços dos alimentos e dos combustíveis, diz a economista-chefe do banco Inter (BIDI11), Rafaela Vitória.

Ela revisou recentemente o cenário da instituição para IPCA de 6,5% em 2022 e 4,7% no ano que vem, mas já embute uma tendência de baixa nas previsões. “Em alguns exercícios, (a inflação em 2022) poderia chegar até em 6,3%. Tem um viés de baixa neste ano que eu levaria para o próximo, muito puxado por comercializáveis e cenário externo.”

Nesta segunda-feira, o boletim Focus do Banco Central trouxe revisão para baixo no IPCA de 2023 após 19 semanas de alta — para 5,33%, acima da estimativa do Inter.

O banco vê uma desaceleração na inflação de alimentos em agosto e setembro e uma retomada “bem mais comportada” da alta nos preços a partir de outubro, em meio ao recuo das commodities e a atividade global desaquecida.

Segundo Rafaela, a redução no preço dos combustíveis também tem potencial de diminuir a pressão sobre os alimentos. Além disso, vê a inflação de serviços próxima do pico.

Fim do aperto

O comportamento dos preços deve deixar o Banco Central confortável para já interromper o ciclo de aperto monetário. Ela estima que a Selic não subirá além dos atuais 13,75% e espera o primeiro corte da taxa a partir do segundo trimestre do ano que vem — para até 9,5%.

Para a economista, há relativa folga nas pressões vindas do mercado de trabalho aquecido. Mas traça um limite: “Se (o desemprego) cair para 8% ou menos, poderíamos ver preocupação adicional para o BC”.

Fiscal

A economista também tem uma visão menos pessimista sobre a situação fiscal do país para o próximo ano. Para ela, é possível crer numa “arrecadação robusta” em 2023, dado o desempenho forte de alguns setores da economia. “Tem um PIB maior, não vemos perda de arrecadação”, afirma.

Ela considera factível a possibilidade de uma nova âncora fiscal ou uma flexibilização do teto a partir do próximo ano, desde que seja feito de forma crível para manter a trajetória da dívida em queda.

“Tenho cenário base fiscalmente controlado no próximo ano, não vejo nenhum candidato quebrando essas forças.”

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