Invasão da Ucrânia

Intenções de Putin vão muito além da Ucrânia, diz primeiro-ministro da Polônia ao FT

28 fev 2022, 10:16 - atualizado em 28 fev 2022, 10:16
Polônia teme avanços de Putin (Imagem: Pixabay/kaboompics)

O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, acredita que “as intenções de Vladimir Putin vão muito além da Ucrânia”.

Segundo um artigo publicado no Financial Times, Morawiecki diz que “hoje, estamos vendo que o preço da ingenuidade europeia em relação à Rússia é o sangue ucraniano”.

“A Rússia só pode ser detida pela solidariedade ocidental com a Ucrânia. Não há espaço para dúvidas aqui. A UE e a Otan não podem permitir por um momento a impressão de que estão dispostas a sacrificar o futuro da Ucrânia para restaurar a paz”, escreveu Morawiecki.

O primeiro-ministro polonês ainda afirma que “a Rússia armou uma armadilha para a Europa na forma de dependência energética” e que “com mais de 30 anos de relativa paz, o Ocidente se apegou à ilusão de que a queda do Muro de Berlim em 1989 e o colapso da União Soviética dois anos depois trouxeram o fim da história”.

“Hoje, no entanto, a história está voltando com toda a força que pode reunir, incluindo a guerra — e é por isso que a política e os políticos devem mais uma vez ser sérios. O sangue de nossos vizinhos, amigos e irmãos ucranianos exige que reajamos com decisão”, disse.

“A Polônia está lado a lado com a Ucrânia e seu povo. Não aceitaremos nenhum compromisso com a Rússia que possa prejudicar a integridade territorial e a independência do Estado ucraniano. Só há uma maneira de evitar que isso aconteça”, continuou.

Para ele, “um Ocidente unido — a UE ombro a ombro com os EUA, Reino Unido e outros aliados — deve impor sanções econômicas à Rússia que desmantelarão completamente as capacidades operacionais do regime de Putin”.

“O pacote de sanções que eu e os outros 26 líderes da UE concordamos na quinta-feira à noite é bem-vindo. O tempo de negociação acabou. Putin quebrou todas as promessas que fez nas últimas semanas. Ele deve, portanto, enfrentar uma resposta que é mais forte do que nunca”, disse.

Por fim, o primeiro-ministro afirmou que “deve-se sempre lutar pela paz, e a paz deve sempre ser conquistada”.

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