Intelbras (INTB3): Investidor não perdoa, e ação derrapa 10% após resultados; banco corta recomendação
As ações da Intelbras (INTB3) derraparam nesta sexta-feira (28) pós-resultados, tendo como agravante o corte de recomendação por uma corretora.
A companhia derreteu 9,92% na Bolsa, apesar do avanço anual no lucro do segundo trimestre do ano.
Na avaliação do Bank of America (BofA), a divisão de energia foi o destaque negativo da temporada, com as receitas mostrando uma desaceleração de -8% ano a ano no primeiro trimestre para -40% organicamente entre abril e junho.
A forte queda veio do mercado de energia solar, após um movimento de pré-pagamento que aconteceu em 2022, com os clientes antecipando as mudanças regulatórias, explica o banco norte-americano.
Segundo Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, a retração do segmento de energia solar foi o que puxou os números da companhia para baixo, deixando de atender por pouco as expectativas do consenso.
Além disso, acrescenta Ferrer, as despesas operacionais cresceram de forma mais acelerada do que o faturamento, levando a uma perda de eficiência operacional conjunturalmente.
O analista destaca, no entanto, que a perda de eficiência foi menor do que os ganhos de margem bruta. Com isso, o Ebitda alcançou R$ 138 milhões e a margem Ebitda mostrou avanço de 0,3 ponto percentual, a 14,2%.
E, embora o segmento de energia solar tenha desapontado, as categorias de segurança e comunicação continuam crescendo “de forma saudável”.
- Balanço da Vale (VALE3) anuncia dividendos de R$ 8 bilhões: É hora de investir na empresa? Veja qual é a recomendação para as ações da mineradora no Giro do Mercado clicando aqui. Aproveite e inscreva-se no nosso canal e fique ligado no Giro do Mercado, de segunda a sexta, às 12h.
Corte de recomendação
Além dos resultados, a forte queda nesta sexta refletiu o movimento do Itaú BBA, que acabou cortando a recomendação de Intelbras para “market perform” (desempenho esperado em linha com a média do mercado), citando também a falta de visibilidade.
Embora goste da empresa, o BBA destaca que o segundo trimestre do ano trouxe evidências de que o mercado de energia solar está passando por uma desaceleração mais forte do que o esperado.
“Considerando esse cenário e o fato de que energia solar é peça-chave para a tese de investimento da Intelbras, decidimos adotar um cenário bem conservador para 2023 e 2024, que se torna agora nossas estimativas oficiais”, afirma a instituição.
No entanto, os analistas do BBA reforçam que seguem acreditando na capacidade de entrega e construção da Intelbras no longo prazo.
“[Estamos] confiantes que a companhia vai superar os desafios em algum ponto”, defendem.
Além do corte de recomendação, o BBA lançou um novo preço-alvo de R$ 28 ao fim de 2024 para a ação.
Para a Empiricus, a Intelbras segue com uma recomendação de compra, com a empresa negociada a 12 vezes os seus lucros para 2024.
Enquanto isso, o BofA avalia que a ação, negociando a 13 vezes preço sobre lucro para 2024, reflete um cenário de visibilidade limitada, o que justifica a recomendação neutra.
“Desde seu IPO (oferta pública inicial de ações), a Intelbras negociou a uma média de 18 vezes preço sobre lucro, com suporte da euforia acerca do crescimento potencial no segmento de energia. Mas isso está acabando”, diz.