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Intel decide divulgar dados salariais por gênero e raça

17 out 2019, 7:57 - atualizado em 17 out 2019, 7:59
EUA Estados Unidos
Todas as empresas com mais de 100 funcionários nos Estados Unidos devem prestar as mesmas informações à Comissão de Igualdade de Oportunidades no Emprego (Imagem: Reuters/Ammar Awad)

A Intel planeja divulgar publicamente dados salariais de funcionários, de acordo com raça e gênero, no fim deste ano. Pela primeira vez, todas as empresas com mais de 100 funcionários nos Estados Unidos devem prestar as mesmas informações à Comissão de Igualdade de Oportunidades no Emprego (EEOC, na sigla em inglês), mas a agência mantém os dados sob sigilo, a menos que uma empresa decida divulgá-los voluntariamente.

“O risco de divulgar essas informações é uma reação negativa, porque os dados não estão onde você deseja que estejam”, disse por e-mail Julie Ann Overcash, vice-presidente de recursos humanos da Intel e diretora de remuneração e benefícios. “É preciso estar disposto a se apresentar como uma empresa que pode lidar com as críticas para alcançar um progresso real.”

Nos anos anteriores, a EEOC exigia apenas que as empresas enviassem dados sobre a raça e o gênero dos funcionários. Ao incluir remuneração, as novas informações fornecem uma análise mais detalhada que pode revelar desigualdades salariais.

“Nossa esperança é que mais de uma empresa divulgue esses dados no futuro”, disse Alison Omens, diretora-gerente do JUST Capital, um fundo que pressiona empresas a divulgarem dados sobre remuneração e diversidade. Se a história servir como exemplo, a maioria das empresas continuará a manter os dados privados.

O Citigroup e o Wells Fargo disseram que não têm planos de divulgar novos dados de remuneração. O Morgan Stanley, Goldman Sachs, Bank of America e JPMorgan não fizeram comentários. Microsoft, Cisco Systems, Facebook, Twitter e Airbnb também não quiseram comentar. A Apple, a Alphabet, controladora do Google, e a Amazon.com não responderam aos pedidos de comentário.

A Intel diz que alcançou a paridade salarial de gênero entre 107 mil funcionários em 50 países e paridade por raça e etnia nos EUA. O Departamento do Trabalho dos EUA, no entanto, alegou que a empresa discriminava sistematicamente mulheres e minorias na questão salarial.

A Intel chegou a um acordo para arquivar as queixas no mês passado e concordou em pagar pelo menos US$ 1,5 milhão para ajustar os salários. A empresa não admitiu nenhuma irregularidade como parte desse acordo, disse a Intel à Bloomberg.

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