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Insultos de autoridades do Brasil à China causam preocupação, diz Cargill

17 jun 2020, 15:45 - atualizado em 17 jun 2020, 15:45
Cargill
A postura mais agressiva com relação à China foi adotada em mais de uma ocasião por integrantes do governo, e chegou a gerar manifestações de repúdio (Imagem: REUTERS/Denis Balibouse)

Insultos recorrentes de autoridades brasileiras à China, principal comprador de produtos agrícolas do Brasil, geram “grande preocupação” para empresas do setor, disse nesta quarta-feira o presidente da Cargill no país, Paulo Sousa.

Apesar de inquietantes, ele não vê risco imediato de interrupção do comércio bilateral em função de declarações desairosas de membros do ministério e da família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A postura mais agressiva com relação à China foi adotada em mais de uma ocasião por integrantes do governo, e chegou a gerar manifestações de repúdio por parte da embaixada chinesa no país.

“É muito preocupante se você tem oficiais no governo brasileiro insultando o nosso maior cliente. Não é perfil ideológico. Nós temos o papel de fornecer alimentos para o mundo independentemente de cor, raça, credo ou preferência política do país”, afirmou Sousa.

“Então não é cabível para oficiais do governo brasileiro fazer insultos ao nosso maior cliente. Eu diria que nem é muito inteligente,” disse ele em live promovida pelo jornal Valor Econômico.

A Cargill foi a maior exportadora de soja e milho do Brasil nos cinco primeiros meses de 2020, segundo dados de agências marítimas, que indicam que a trading norte-americana embarcou 8,1 milhões de toneladas da oleaginosa e quase 342 mil toneladas de milho no período.

As exportações brasileiras de soja, que possuem a China como maior compradora, ficaram acima das expectativas nos primeiros meses do ano, disse Sousa.

Mesmo com a pandemia de coronavírus atingindo o Brasil em cheio, a crise sanitária não afetou a capacidade do país de exportar commodities agrícolas como grãos e carnes, acrescentou Sousa.

“O maior risco para o agronegócio brasileiro em termos de competitividade e aceitação é o risco ambiental,” disse Sousa, acrescentado que a questão é ainda mais premente que a pandemia e a própria guerra comercial entre Estados Unidos e China, por causa do potencial de afastar compradores.

“É bom parar de falar… É bom parar de ser agressivo”, disse o executivo.

Procurado, o governo federal não respondeu de imediato a pedidos de comentário sobre as declarações de Sousa.

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