Instabilidade política no Peru ainda não afeta operação de cobre
Investidores que apostam no cobre em busca do próximo fator de impulso no impressionante rali não devem precificar um risco muito grande decorrente de choques de oferta devido à instabilidade no Peru, o maior produtor depois do Chile.
Segundo o analista de matérias-primas do BTG Pactual, Cesar Perez-Novoa, a turbulência política não representa uma grande ameaça à produção nas minas do setor privado.
“Isso é política e não está relacionado a um problema entre uma comunidade e uma mina”, disse Perez-Novoa, peruano que reside no Chile.
O Peru começa a semana sem presidente, líder interino ou do Congresso em meio à indignação pública sobre o sistema político, que levou a um impasse sem precedentes.
Os distúrbios começaram na semana passada, quando o Congresso votou a favor do impeachment do então presidente Martín Vizcarra, medida que gerou os maiores protestos em décadas e que acabaram levando à renúncia de seu sucessor.
Os protestos têm se concentrado em áreas urbanas e a maior parte do mineral é transportada por ferrovias ou dutos. Obviamente, se os protestos aumentarem e as comunidades rurais começarem a bloquear as minas, os concentrados de cobre transportados por caminhão podem sofrer interrupções.
Além da produção, a recente instabilidade política no Peru é negativa para as perspectivas de investimento no país.
“Certamente, os investidores ficarão de olho no país quando o assunto for projetos”, disse Perez-Novoa.