Economia

Instabilidade de Bolsonaro já é variável importante do PIB

06 set 2019, 17:28 - atualizado em 06 set 2019, 17:28
Presidente Jair Bolsonaro Política Brasil
Se há fatores pró-recuperação em andamento, por outro lado o governo Bolsonaro continuará a ser uma permanente fonte de incertezas, diz a MCM (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

O comportamento instável do presidente Jair Bolsonaro já é considerado como um efeito negativo para o crescimento econômico do país por economistas. A sua instabilidade reduz, por exemplo, o impacto positivo das reformas, como a da Previdência.

A MCM Consultores, uma das casas de análise econômica mais respeitadas do Brasil, aponta que as declarações e decisões do presidente trazem preocupações, pelos efeitos que produz sobre a imagem do país no exterior, pela capacidade de semear adversidades e gerar adversários à sua gestão, e pela dispersão política que acarreta, comprovada pelas pesquisas que mostram o aumento da rejeição a seu governo.

Segundo o Datafolha,  a reprovação ao presidente Jair Bolsonaro subiu para 38% em agosto ante 33% em julho, enquanto a aprovação passou de 33% para 29%.

A mesma tendência foi observada em uma sondagem da XP Investimentos com a Ipespe. O percentual de pessoas que o avaliam como ruim ou péssimo subiu de 38% a 41% em setembro.

“Os possíveis efeitos negativos dos desarranjos suscitados por Bolsonaro sobre a governabilidade política e mesmo sobre o desempenho da economia não são iminentes. Apesar disso, porém, não podem ser ignorados. Fazem parte do cenário prospectivo para a política e para a economia do país”, explica uma carta enviada a clientes nesta sexta-feira (6) e obtida pelo Money Times.

Se há fatores pró-recuperação em andamento, como a retomada do ciclo de afrouxamento monetário e, especialmente, das condições financeiras, por outro lado o governo Bolsonaro continuará a ser uma permanente fonte de incertezas, explica a MCM.

A consultoria projeta um crescimento de 1,1% para o PIB do Brasil. A estimativa só não foi cortada por conta da liberação dos recursos do FGTS. O viés, contudo, é de baixa.

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