Insetos pra valer na merenda animal? Professor diz que é bom, barato, fácil de criar e os bichos não reclamam
Soltos, galinha quando cisca e porco quando fuça ingerem insetos. Mas como não tem aves e suínos criados comercialmente soltos, que tal levar insetos para os animais dentro do cercado das granjas?
Só a França investiu US$ 400 nos últimos anos em empresas produtoras de insetos para granjas. E do Canadá à Africa do Sul, passando pelos Estados Unidos, também já não é moda.
Os insetos também podem ser criados pelos próprios granjeiros.
E segundo o professor Diego Vicente da Costa, da Universidade Federal de Minas Gerais, o Brasil pode muito bem entrar nessa “excelente fonte de valor proteico na alimentação animal”, mirando também a piscicultura e a linha pet para gatos.
Muito mais barato que a compra de rações, diz ele.
Desde o ano passado os produtores de aves e suínos sabem bem o que é depender muito do milho e soja, com a explosão dos preços e escassez, sobretudo do primeiro grão. As importações dispararam.
Produtores de boi também correm atrás de alternativas cada vez mais.
Dito isto, o trigo também foi usado para compor parte das rações – e também ficou com preços proibitivos -, assim como a cevada e outras forrageiras, além de casos mais clássicos como sorgo, torta de algodão e bagaço de cana.
E o zootecnista de UFMG vai palestrar nesta terça sobre isso, na Cati (Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável), regional de Bauru (SP), para produtores em geral, defendendo a opção que é viável para pequenos e grandes produtores.
Há mais de 2 mil espécies de insetos catalogadas que servem de alimentação animal e o sistema de produção deles pode se dar também verticalizado dentro das granjas.
Os mais conhecidos são a larva de besouro (tenébrio), a mosca soldado negra e os grilos, e todos são passíveis de serem criados de maneira fácil em ambientes controlados, comenta a também a veterinária do órgão de Secretaria de Agricultura de São Paulo, Marina Peres Cavalcanti.