Infraestrutura oferece oportunidades de sobra; veja quais ações ter
Os leilões de infraestrutura no Brasil promovidos pelo Governo Federal prometem reduzir os custos e melhorar um gargalo que por décadas tem prejudicado o crescimento do país. O pacote inclui portos, rodovias, ferrovias e aeroportos. Só entre 2017 e 2021 foram investidos R$ 110 bilhões em leilões.
Com isso, a XP Investimentos iniciou a cobertura das principais ações do setor: CCR (CCRO3), Ecorodovias (ECOR3), Rumo (RAIL3), Hidrovias do Brasil (HBSA3), Santos Brasil (STBP3) e Brz Infra (BRZP11).
Veja a tabela com as recomendações da corretora:
Empresa | Ticker | Recomendação | Preço-alvo | Potencial |
---|---|---|---|---|
CCR | CCRO3 | Compra | R$ 15,60 | 18% |
Ecorodovias | ECOR3 | Neutra | R$ 12,40 | 3,67% |
Rumo | RAIL3 | Compra | R$ 23,00 | 16,75% |
Hidrovias do Brasil | HBSA3 | Compra | R$ 9,20 | 49% |
Santos Brasil | STBP3 | Neutra | R$ 8,50 | -6,50% |
BRZ Infra Portos | BRZP11 | Compra | R$ 120 | 55,80% |
Segundo os analistas Pedro Bruno, Gabriela Ferrante, Lucas Laghi e Marcella Ungaretti há uma janela de oportunidades na esteira dos leilões dos portos, ferrovias e rodovias, além da retomada econômica que bate na porta do país. Além disso, o agronegócio brasileiro continua mais forte do que nunca.
Mas quais ações ter para aproveitar essa alta?
No caso das concessionárias de rodovias, a XP tem preferência pelas ações da CCR devido ao valuation mais barato (TIR – Taxa de Retorno Interno – alavancada real de 10%, contra 7,9% de Ecorodovias) e a melhoria de governança corporativa (IG4 substituindo Andrade Gutierrez no grupo de controle).
“Mesmo que o cenário base de nossos modelos não considerem o crescimento por meio de novos projetos, acreditamos que a CCR está bem posicionada para participar do grande pipeline de leilões de rodovias”, apontam.
A empresa também tem nas mangas os reequilíbrios regulatórios, um importante catalizador positivo de curto-prazo. E para coroar a boa posição da concessionária, há a venda de participação relevante da Andrade Gutierrez, o que reduziu o conflito de interesses.
Os analistas ressaltam que apesar da Ecorodovias estar bem posicionada para aproveitar os leilões, os papéis da empresa estão caros.
Barco ou trem?
A equipe de analistas está otimista com a demanda ferroviária e hidroviária baseados em uma forte perspectiva para a produção e exportação de grãos do Centro-Oeste do Brasil.
“Assim, vemos um cenário competitivo (de preços) saudável de longo prazo (hoje uma das principais preocupações dos investidores)”, apontam.
Apesar de manter a recomendação de compra para ambos os papéis, a XP tem preferência pela Hidrovias ao invés da Rumo devido seu nível de valuation mais atrativo (13,6% TIR alavancada real, versus 9,4% da Rumo).
“Posicionamos a Hidrovias como nossa principal escolha entre os nomes cobertos de Infraestrutura no Brasil”, aponta.
Os analistas citam o bom posicionamento da companhia no Centro-Oeste do Brasil, considerado o celeiro do país, e o forte crescimento com riscos reduzidos por conta dos contratos de longo prazo.
Santos Brasil já subiu o que tinha para subir; BRZ pode ser opção
No caso dos portos, a XP destaca que a Santos Brasil já aproveitou parte do crescimento provocado pela sua melhora operacional. Recentemente, a empresa arrematou portos e renovou o contrato com a sua principal cliente, a Hamburg Sub.
Com a retomada econômica, é esperado que o volume de cargas no porto de Santos se normalize. Os resultados do primeiro trimestre já mostraram essa tendência.
“Apesar de nossas expectativas positivas para receita e lucratividade, vemos o mercado já precificando um forte crescimento de EBITDA implícito no múltiplo de 15 vezes o múltiplo EV/EBITDA, que mede o valor da empresa, para a Santos Brasil”, apontam.
No caso da BRZ Infra Portos, a XP reiterou a recomendação de compra. Segundo a corretora, a empresa oferece uma oportunidade atrativa na infraestrutura do Brasil, com base em posicionamento estratégico do ciclo de investimento.
“Vemos o único ativo da BRZ Infra Portos (Porto de Itapoá) bem posicionado para capturar a demanda futura na região sul”, argumenta.