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Infracommerce (IFCM3) promete começar janeiro até 35% menor e quer equilíbrio financeiro da operação no Brasil em 2025

03 dez 2024, 7:01 - atualizado em 03 dez 2024, 7:04
_ Luiz Pavão, CEO Brasil da Infracommerce Brasil
Luiz Pavão, CEO Brasil da Infracommerce Brasil (Divulgação)

O CEO da Infracommerce (IFCM3) no Brasil e co-fundador da companhia, Luiz Pavão, espera uma conclusão da reestruturação da empresa, que envolve uma redução de 30% a 35% nos custos operacionais, até o final de dezembro, garantindo que a empresa inicie 2025 ajustada às novas metas.

Segundo o executivo, a reestruturação impactará diversas áreas, incluindo colaboradores, galpões logísticos e fornecedores. A transição é descrita como essencial para a nova realidade do mercado. “O que falta será finalizado pós-Black Friday, e começamos janeiro com a redução completa”, disse entrevista ao Money Times.

Pavão sublinhou que o foco é retomar o core business, reduzindo operações periféricas e priorizando clientes estratégicos. “O objetivo é integrar o que faz parte do core ao ecossistema principal, como sempre foi na América Latina”, afirmou.

Ele também ressaltou que, embora certas unidades estejam sendo descontinuadas, a maior parte da operação continuará investindo em inteligência artificial e tecnologias avançadas para melhorar eficiência e experiência do cliente.

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Baque dos juros altos

A Infracommerce faz parte da safra de companhias que abriu capital entre 2020 e 2021, mas que foi penalizada com a mudança rápida de cenário macroeconômico com a elevação da taxa Selic.

A expansão pós-IPO foi marcada por aquisições que contribuíram para gerar dificuldades operacionais e financeiras. Essa expansão, aliada a uma dificuldade em gerar lucro no Brasil, fez com que a companhia acumulasse uma dívida anunciada de quase R$ 780 milhões.

Pavão saiu da companhia ainda em 2022 por divergências estratégicas com outros executivos da empresa que até a abertura de capital tinha crescido apenas organicamente. No entanto, ele foi chamado de volta pelo novo CEO, Mariano Oriozabala, com o objetivo de liderar a reestruturação da companhia no Brasil.

“Hoje, nossa operação internacional, que abrange a América Latina, é responsável por 60% do faturamento da empresa, crescendo entre 30% e 40% ao ano e já gerando caixa positivo. No Brasil, estamos no meio de um processo de estabilização”, ponderou o executivo.

A companhia anunciou em setembro o aporte de até R$ 70 milhões da Geribá Investimentos, que, segundo o Pavão, está ajudando a estancar as perdas e a retomar o crescimento de forma sustentável.



Confiança da Infracommerce na volta por cima

Pavão afirma que o modelo de negócios e a proposta de valor da Infracommerce continuam sendo o principal diferencial da companhia: reduzir custos de Capex e Opex das empresas por meio de uma infraestrutura compartilhada para e-commerce.

O CEO no Brasil destacou que a empresa tem focado em indústrias com vendas diretas ao consumidor, buscando clientes com faturamento mensal entre R$ 1 milhão e R$ 10 milhões em e-commerce. Atualmente, entre os clientes da companhia estão marcas como Dior, Montblanc e Swarovski.

A Infracommerce oferece suporte completo, desde tecnologia e estoque até integração omnichannel com lojas físicas. “Esse modelo permite uma experiência fluida entre os canais online e físicos, algo essencial para nossos parceiros estratégicos.”

Com base nesse modelo, o executivo apontou que a expectativa para 2025 é alcançar o break-even da operação brasileira no segundo semestre – ou seja, o ponto de equilíbrio financeiro, onde as receitas cobrem totalmente os custos, sem gerar lucro ou prejuízo.

“Apesar dos desafios recentes, estamos confiantes de que, com as medidas que estamos tomando, a Infracommerce voltará a se consolidar como líder em sua área”, disse.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.