Infracommerce (IFCM3) promete começar janeiro até 35% menor e quer equilíbrio financeiro da operação no Brasil em 2025
O CEO da Infracommerce (IFCM3) no Brasil e co-fundador da companhia, Luiz Pavão, espera uma conclusão da reestruturação da empresa, que envolve uma redução de 30% a 35% nos custos operacionais, até o final de dezembro, garantindo que a empresa inicie 2025 ajustada às novas metas.
Segundo o executivo, a reestruturação impactará diversas áreas, incluindo colaboradores, galpões logísticos e fornecedores. A transição é descrita como essencial para a nova realidade do mercado. “O que falta será finalizado pós-Black Friday, e começamos janeiro com a redução completa”, disse entrevista ao Money Times.
Pavão sublinhou que o foco é retomar o core business, reduzindo operações periféricas e priorizando clientes estratégicos. “O objetivo é integrar o que faz parte do core ao ecossistema principal, como sempre foi na América Latina”, afirmou.
Ele também ressaltou que, embora certas unidades estejam sendo descontinuadas, a maior parte da operação continuará investindo em inteligência artificial e tecnologias avançadas para melhorar eficiência e experiência do cliente.
Baque dos juros altos
A Infracommerce faz parte da safra de companhias que abriu capital entre 2020 e 2021, mas que foi penalizada com a mudança rápida de cenário macroeconômico com a elevação da taxa Selic.
A expansão pós-IPO foi marcada por aquisições que contribuíram para gerar dificuldades operacionais e financeiras. Essa expansão, aliada a uma dificuldade em gerar lucro no Brasil, fez com que a companhia acumulasse uma dívida anunciada de quase R$ 780 milhões.
Pavão saiu da companhia ainda em 2022 por divergências estratégicas com outros executivos da empresa que até a abertura de capital tinha crescido apenas organicamente. No entanto, ele foi chamado de volta pelo novo CEO, Mariano Oriozabala, com o objetivo de liderar a reestruturação da companhia no Brasil.
“Hoje, nossa operação internacional, que abrange a América Latina, é responsável por 60% do faturamento da empresa, crescendo entre 30% e 40% ao ano e já gerando caixa positivo. No Brasil, estamos no meio de um processo de estabilização”, ponderou o executivo.
A companhia anunciou em setembro o aporte de até R$ 70 milhões da Geribá Investimentos, que, segundo o Pavão, está ajudando a estancar as perdas e a retomar o crescimento de forma sustentável.
Confiança da Infracommerce na volta por cima
Pavão afirma que o modelo de negócios e a proposta de valor da Infracommerce continuam sendo o principal diferencial da companhia: reduzir custos de Capex e Opex das empresas por meio de uma infraestrutura compartilhada para e-commerce.
O CEO no Brasil destacou que a empresa tem focado em indústrias com vendas diretas ao consumidor, buscando clientes com faturamento mensal entre R$ 1 milhão e R$ 10 milhões em e-commerce. Atualmente, entre os clientes da companhia estão marcas como Dior, Montblanc e Swarovski.
A Infracommerce oferece suporte completo, desde tecnologia e estoque até integração omnichannel com lojas físicas. “Esse modelo permite uma experiência fluida entre os canais online e físicos, algo essencial para nossos parceiros estratégicos.”
Com base nesse modelo, o executivo apontou que a expectativa para 2025 é alcançar o break-even da operação brasileira no segundo semestre – ou seja, o ponto de equilíbrio financeiro, onde as receitas cobrem totalmente os custos, sem gerar lucro ou prejuízo.
“Apesar dos desafios recentes, estamos confiantes de que, com as medidas que estamos tomando, a Infracommerce voltará a se consolidar como líder em sua área”, disse.