Economia

Informalidade, autônomos e desocupados: o drama da taxa de desemprego no Brasil

27 fev 2019, 15:44 - atualizado em 27 fev 2019, 15:58
Taxa de desemprego volta a 12% e se configura como maior desafio econômico do novo governo

O IBGE divulgou nesta quarta-feira (27) a PNAD contínua, na qual avalia o desempenho do mercado de trabalho como um todo. Dentre as variáveis analisadas, o destaque negativo ficou por conta do aumento da taxa de desemprego, de 11,7% para o trimestre de agosto a outubro para 12% na média móvel de três meses de novembro a janeiro.

Para Cimar Azeredo, coordenador da pesquisa, a sazonalidade após as contratações em torno do Natal pesam. “Com a entrada do mês de janeiro, houve um aumento da taxa de desocupação. É algo sazonal, é comum a taxa aumentar nessa época do ano por causa da diminuição da ocupação”, explica.

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A despeito da sazonalidade, o crescimento do número de pessoas desocupadas preocupa: o trimestre fechado em janeiro foi menos favorável que os mesmos períodos de 2018 e 2017. “Ano passado houve estabilidade na população ocupada e na desocupada, enquanto, neste ano, cresceu o número de desocupados”, diz Cimar.

Vale ressaltar que participam do cálculo da taxa de desemprego e das outras variáveis de pesquisa pessoas que efetivamente estão desempregadas e procuram emprego, ou seja, com participação ativa no mercado de trabalho, podendo explicar – em parte – o aumento da taxa de desemprego, pela entrada de 318 mil pessoas na população desocupada, totalizando 12,7 milhões de trabalhadores nesta condição.

Adicionando mais preocupação em torno da vulnerabilidade do mercado de trabalho no País, a população fora da força de trabalho aumentou em 403 mil pessoas, somando 65,5 milhões no trimestre fechado em janeiro.

Autônomos crescem, assim como subutilização

A categoria dos trabalhadores por conta própria, aproximadamente 23,9 milhões, cresceu 1,2% na comparação com o trimestre anterior, com adição de 291 mil brasileiros, e avançou 3,1% em relação ao mesmo trimestre de 2017, com 719 mil pessoas a mais trabalhando por si próprios.

“Tivemos queda no contingente de empregados do setor privado e no setor público. No primeiro, isso atingiu, principalmente, os trabalhadores sem carteira assinada. Apesar disso, a informalidade aumenta ainda mais, com influência do crescimento dos trabalhadores por conta própria”, diz Cimar.

A taxa composta de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial) foi de 24,3%, alta de 40 pontos-base em relação ao visto no mesmo período de 2017.

Por fim, um alento: o rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas, de R$ 2.270, é o maior desde 2012, apresentando crescimento de 1,4% frente ao trimestre anterior.

Confira abaixo PNAD Contínua completa:

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