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Inflação vira prioridade em todas as decisões de investimento

30 mar 2022, 12:45 - atualizado em 30 mar 2022, 12:45
Quase metade dos profissionais da área financeira não tiveram aumento acima da inflação, mostra levantamento
Inflação vira prioridade em todas as decisões de investimento (Imagem: Towfiqu barbhuiya/Unsplash)

As transações mais importantes nos mercados atualmente miram a inflação.

As bolsas recuam nesta quarta-feira (30) e o preço do petróleo sobe diante do ceticismo em relação à promessa da Rússia de reduzir ataques na Ucrânia e de preocupações com o aumento dos preços de matérias-primas e interrupções no fornecimento de commodities.

A movimentação reverte parte dos ganhos registrados ontem, quando os mercados avançaram e o S&P 500 fechou na maior pontuação desde meados de janeiro. A expectativa é que os preços das commodities caiam com o fim da guerra, aliviando a pressão sobre bancos centrais e países importadores de energia.

Tudo isso mostra que as decisões de investimento consideram a inflação e não o dividendo trazido pela paz, segundo os estrategistas.

“Qualquer sinalização de encerramento do conflito baixaria os preços das commodities e reduziria a inflação”, disse George Boubouras, responsável pela área de pesquisa no fundo de hedge K2 Asset Management em Melbourne. “É por isso que as pessoas estão observando a curva de juros e tudo isso pode apontar para cortes antecipados nas taxas básicas de juros à medida que se reconhece que há riscos de inflação, mas que agora podem estar mais adiante.”

Embora ainda demonstrem cautela em relação à oferta da Rússia de recuar nas operações militares, os investidores estão revertendo algumas de suas maiores apostas na alta de preços das commodities e voltando a ativos que foram despejados anteriormente — incluindo ações europeias, papéis de mercados emergentes e até o iene.

A moeda japonesa, que recuou para o menor nível desde 2015 este mês, é um exemplo de como as jogadas com base na inflação estão superando as tradicionais transações baseadas em risco. O iene chegou a se valorizar 1,3% em relação ao dólar nesta quarta-feira com o entendimento de que a queda dos preços de energia ajudará a balança comercial do país — sem que a característica da moeda japonesa como ativo de proteção fosse contemplada.

“A queda dos preços do petróleo em meio às negociações entre Rússia e Ucrânia pode aliviar a preocupação com o déficit comercial do Japão devido ao encarecimento da energia importada”, disse Ken Cheung, estrategista de câmbio do Mizuho Bank em Hong Kong. O iene também estava posicionado para uma recuperação após o período recente de fraqueza, segundo ele.

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