Economia

Inflação segue para segundo mês dentro da meta; veja o que esperar do IPCA-15 de maio

24 maio 2023, 16:35 - atualizado em 24 maio 2023, 16:35
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Em abril, a inflação avançou 0,57%; com isso, o indicador acumulou alta de 4,16% em 12 meses. (Imagem: Mehaniq)

A inflação brasileira deve seguir em movimento de queda. Pelo menos é o que indicam as projeções para a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) de maio. Se confirmado, será o segundo mês consecutivo que o indicador fica abaixo do teto da meta.

Em abril, o IPCA-15 avançou 0,57%; com isso, o indicador acumulou alta de 4,16% em 12 meses. A meta de inflação para 2023, segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,25%, com teto em 4,75%.

Nos cálculos dos economistas do Santander, a expectativa é de que em maio, a prévia da inflação suba 0,62%, impulsionado tanto pela inflação de preços livres quanto dos administrados. Desta forma, o acumulado deve ficar em 4,20% – se confirmado, será o menor nível desde outubro de 2020.

No entanto, as preocupações seguem com as projeções de longo prazo devido às incertezas quanto à continuidade de reformas econômicas estruturais e do debate sobre metas de inflação para 2023.

“Reconhecemos que a trajetória benigna que vimos para a inflação de curto prazo até o final do ano passado não se concretizou nos primeiros meses de 2023. Nossa principal preocupação não é a inflação corrente, mas sim as expectativas de médio e longo prazo que permanecem acima da meta”, dizem em relatório.

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Grupos da inflação

Já Andrea Ângelo, estrategista de inflação da Warren Rena, tem uma projeção parecida: alta de 0,65% no mensal e variação de 12 meses em 4,22%. Segundo ela, os dados deste mês devem mostrar o fim da deflação de alimentação no domicílio.

“Esperamos alta de 0,87%, ante deflação de -0,15% no IPCA-15 de abril. Os alimentos in natura (especialmente batata e tomate) e leites e derivados deverão ser os principais vetores de aceleração no grupo. Além disso, artigos de limpeza, tarifa de água e esgoto (parte do reajuste da Sabesp e Compesa), produtos farmacêuticos (refletindo o reajuste de 5,6% de abril), higiene pessoal e o reajuste de jogos de azar serão os vetores de alta deste mês”, afirma.

Por outro lado, o grupo de transportes deve dar um alívio para o bolso dos brasileiros. A gasolina e passagem aérea deverão mostrar queda de -0,1% e -9%, respectivamente, juntos contribuindo com -30 bps entre abril e maio. Vale lembrar que as recentes quedas nos preços dos combustíveis por parte da Petrobras não devem aparecer na leitura deste indicador.

Rafael Rondinelli, economista do Banco Modal, destaca que a divulgação deve apresentar leve surpresa positiva com uma desaceleração forte de serviços e transportes. Ele estima alta de 0,59%, abaixo das expectativas do mercado, sendo que o acumulado em doze meses deve atingir alta de 4,16%.

“Importante ressaltar, contudo, que as leituras subjacentes e núcleos ainda devem apresentar um avanço significativo, indicando uma maior resiliência do indicador de inflação”, afirma.