Economia

Inflação segue para menor variação desde janeiro de 2021; veja o que esperar do IPCA de março

10 abr 2023, 15:25 - atualizado em 10 abr 2023, 15:25
Renda Fixa, inflação, IPCA
As projeções dos economistas apontam para uma alta de 0,77% na inflação. Com isso, o acumulado em 12 meses deve recuar a 4,7%. (Imagem: Mehaniq)

Amanhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março e o mercado espera uma melhora nos números da inflação do mês passado.

As projeções dos economistas apontam para uma alta de 0,77% no indicador, apontando para uma desaceleração quando comparado com a alta de 0,84% em fevereiro. Com isso, segundo a Mirae Asset, o acumulado em 12 meses deve recuar a 4,7%, contra 5,6% no mês anterior.

Se confirmada a desaceleração no IPCA, Andrea Ângelo, estrategista de inflação da Warren Rena, destaca que o acumulado anual registrará a menor variação desde janeiro de 2021. Na época, o IPCA de 12 meses somava 4,56%.

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De acordo com a economista, é esperada uma redução nos preços do segmento de Educação, uma vez que o efeito do reajuste da mensalidade escolar está perdendo espaço. “Itens de comunicação que sofreram aumento nos primeiros meses do ano e a manutenção da deflação do item passagem aérea (em -5,32%) ajudarão o índice a perder força”, afirma.

Na contramão, a gasolina deverá registrar alta acima de 8%, como efeito da reoneração parcial dos tributos federais.

Vale lembrar que o IPCA-15, que é a prévia da inflação, desacelerou e ficou em 0,69% em março, após alta de 0,76% em fevereiro. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumulou alta de 5,36% – a alta registrada em março foi a mais branda para o mês desde 2020.

Apesar da melhora no curto prazo, Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, destaca que o IPCA de março não deve mudar a opinião do Banco Central sobre o que fazer com a taxa Selic.

“Acho que a gente pode ter um Copom de maio com juros ainda mantidos, em virtude não ter ainda uma queda real da inflação tanto no mundo como no Brasil. Não teve ainda aquela negociação amistosa entre o Banco Central independente e o Governo […] A expectativa é que a partir de junho, com um pouco mais de calma e menos pressão dos preços, aí, sim, os juros podem começar a cair”, afirma.