Inflação: Safra passa a ver variações mensais abaixo de 0,5% à frente
A elevação do preço internacional do petróleo e a crise hídrica foram os grandes vilões da inflação no ano passado, afirma o Safra.
E, para este ano, a projeção do banco é que as variações mensais não passem de 0,5%.
Segundo o banco, cerca de metade da alta mais de 10% do IPCA está relacionada aos eventos citados, que têm “pouco a ver com o ciclo econômico”.
Por mais que o aumento de dois dígitos no índice gere uma inércia inflacionária para 2022, o Safra percebeu sinais positivos no IPCA de dezembro, que apontam para uma significativa desinflação.
Na visão do banco, o IPCA do último mês do ano veio acima das projeções, mas seria “mais moderado, não fosse o efeito da recomposição de preços após os descontos da Black Friday”.
Além disso, o banco ressalta que houve melhora nos núcleos da inflação, medidas que buscam suavizar a volatilidade de alguns preços.
Com base neste cenário, a perspectiva do Safra é que o IPCA mostre variações mensais abaixo de 0,5%.
“O destaque deve ser o mês de maio, para quando prevemos uma deflação puxada pela provável mudança do regime de bandeiras tarifárias nas contas de luz. A exceção, por outro lado, deve ser fevereiro, mês que deve trazer uma forte alta das mensalidades escolares”, afirma o Safra.
Para 2022, o cenário-base do banco para o IPCA é de alta de 4,7%.