Inflação: rápida desaceleração em 2023 com risco de alta em 2024, avalia Santander
A inflação fechou o ano de 2022 com alta de 5,79% e deve se firmar na queda dos preços ao longo de 2023.
De acordo com um relatório do Santander, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ter uma rápida desaceleração nos próximos meses, tanto no índice cheio quanto do núcleo, mas ainda se mantendo no patamar dos 5%.
“Ainda acreditamos que o caminho de 4,0-5,0% para o centro da meta (3,0% no médio prazo) será difícil, dada outra rodada de expansão fiscal que pode manter a demanda aquecida”, aponta o relatório assinado por Ana Paula Vescovi, diretora de Macroeconomia do Santander e a equipe de economistas do banco.
A projeção do Santander é de que a inflação feche o ano em 5,6% – pouco acima das leituras anteriores de 5,5%. No entanto, o IPCA de 2024 segue em 3,5% com riscos de alta.
Vale destacar que as metas de inflação para 2023, 2024 e 2025 são de 3,25%, 3% e 3%, nesta ordem, conforme estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O Banco Central ainda pode rever essas metas.
IPCA: Dados abertos
Em dezembro, o IPCA registrou alta de 0,62%, acima da projeção do Santander de +0,40% e do consenso do mercado de +0,45%.
“Apesar da surpresa altista, não vemos a leitura mensal como particularmente desfavorável, já que a maior parte da surpresa se concentrou na recuperação dos preços de bens industriais após as vendas da Black Friday. Portanto, em teoria, foi um movimento pontual”, destaca o relatório.
O erro da projeção para bens industriais contribuiu com +0,14% para o erro da projeção cheia, enquanto preços administrados (+0,01), alimentação no domicílio (+0,02%) e serviços (+0,03%) completaram o desvio.