Economia

Inflação pode pegar mercado de surpresa? Veja o que esperar do IPCA-15 de junho

26 jun 2023, 17:00 - atualizado em 26 jun 2023, 16:28
IPCA; IPCA-15; inflação
Inflação segue para terceiro mês dentro da meta (Imagem: Mehaniq)

inflação brasileira deve registrar nova queda em junho, além de ficar abaixo do teto da meta pelo terceiro mês consecutivo. É o que apontam as projeções para a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) deste mês, que será anunciada na terça-feira (27).

De acordo com economistas do Santander, a expectativa é de que a prévia da inflação suba 0,04% e acumule alta de 3,40% em 12 meses. Se confirmado, o nível será o menor desde setembro de 2020.

Já a Warren espera uma alta mensal de 0,02% no índice e variação de 3,38% em um ano. A Genial, por sua vez, é a mais otimista e acredita que o IPCA-15 ficará estável, levando ao acumulado de 3,36%.

Os economistas afirmam que as projeções são pautadas na deflação da gasolina, dos alimentos e de bens industriais. Além disso, o fim do efeito do reajuste de medicamentos deve ajudar na desaceleração mensal. O segmento de serviços, por outro lado, deve evitar uma queda maior do índice cheio, dizem.

O próprio presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, espera que a inflação de junho seja negativa, conforme dito em evento promovido pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) em meados do mês.

Em maio, o IPCA-15 avançou 0,51% e acumulou alta de 4,07% em 12 meses. A meta de inflação para 2023, segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,25%, com teto em 4,75%.

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CMN vai revisar a meta da inflação?

O Conselho Monetário Nacional (CMN) deve debater na quinta-feira (29) uma mudança nas metas do IPCA já definidas. As atuais metas para 2023, 2024 e 2025 são de 3,25%, 3% e 3%, respectivamente.

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Os economistas do Santander afirmam que uma desancoragem da inflação depende das atualizações da reunião entre Fernando HaddadSimone TebetCampos Neto. Isso porque, se a meta não for alterada, as expectativas podem “reancorar um pouco mais”.

“Ainda há incerteza, mas vimos um alívio nas últimas semanas, com as expectativas longas caindo 20 pontos-base, para 3,8%, vindo de 4%”, dizem os economistas.

A desancoragem da inflação é a dinâmica das expectativas de longo prazo, que impede um alívio maior na curva de juros.