Inflação pode desacelerar, mas não muda planos do Banco Central de elevar juros; veja o que esperar do Ibovespa (IBOV)
Chegou o dia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro. As projeções do Investing.com apontam para uma desaceleração na inflação mensal, passando de 0,56% para 0,36%.
No entanto, essa melhora nos preços não deve mudar os planos do Banco Central de fazer o último reajuste na Selic de 2024. Isso porque o acumulado em 12 meses deve seguir acima do teto da meta de inflação, fechando novembro em 4,84%, ante 4,76% em outubro.
A autoridade monetária voltou a elevar a taxa básica de juros em setembro. De lá para cá, a Selic já teve dois reajustes para cima e mais um está no radar dos investidores.
Na quarta-feira (11), acontece a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do ano e a projeção é de que o BC possa elevar a Selic em 0,75 ponto percentual, elevando-a para o patamar de 12% ao ano.
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Do lado político, além da tramitação do pacote de corte de gastos no Congresso, o mercado também fica de olho nas atualizações do estado de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista passou por uma cirurgia de emergência após sentir fortes dores de cabeças na noite de segunda-feira (9).
Exames realizados no hospital Sírio Libanês, em Brasília, identificaram uma hemorragia intracraniana, decorrente da queda que ele sofreu em meados de outubro. Segundo o boletim médico, Lula foi transferido para São Paulo, onde foi submetido a uma craniotomia para drenagem de hematoma.
No último pregão, o Ibovespa (IBOV) recuperou os 127 mil pontos. O impulso foi dado pela expectativa de novos estímulos na China, após o país mudar o status da política monetária para “adequadamente frouxa”. O principal índice da bolsa brasileira subiu 1,00%, aos 127.210,19 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 6,0829 (+0,20%) — no maior valor nominal de fechamento da história. O recorde anterior foi registrado na última sexta-feira (6), quando a divisa atingiu R$ 6,0708.
O que esperar de Wall Street
Lá fora, o mercado aguarda a bateria de dados de inflação nos Estados Unidos, com o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) e Índice de Preços ao Produtor (PPI) sendo divulgados na quarta e quinta-feira, respectivamente.
Os dados serão os últimos antes da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) de 2024. Os dirigentes do Federal Reserve se reúnem na semana que vem para definir os próximos passos do seu afrouxamento monetário.
Embora as expectativas sejam de um novo corte, Jerome Powell afirmou em evento na semana passada que o Fed pode ser criterioso com a trajetória futura dos cortes na taxa de juros, considerando o desempenho recente da economia norte-americana.
Os investidores também estão de olho na China. Ontem, o governo da segunda maior economia do mundo prometeu criar novos estímulos para melhorar o mercado imobiliário e de ações, além de se comprometer com uma política fiscal mais proativa e moderadamente frouxa em 2025.
Hoje, os dados da balança comercial mostram que exportações da China desaceleraram e subiram 6,7% em novembro, em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado ficou abaixo da expectativa de alta de 8,4%.
Já as importações registraram queda de 3,9% em novembro, maior que a queda de 2,3% de outubro. O resultado também contrariou o consenso dos economistas, que apontavam para uma alta de 0,8%.
As bolsas internacionais operam mistas, enquanto os futuros de Wall Street estão no negativo.
Morning Times: Confira os mercados na manhã desta terça-feira (10)
Bolsas asiáticas
- Tóquio/Nikkei: +0,53%
- Hong Kong/Hang Seng: -0,50%
- China/Xangai: +0,59%
Bolsas europeias (mercado aberto)
- Londres/FTSE100: -0,61%
- Frankfurt/DAX: -0,02%
- Paris/CAC 40: -0,58%
Wall Street (mercado futuro)
- Nasdaq: -0,05%
- S&P 500: -0,07%
- Dow Jones: +0,05%
Commodities
- Petróleo/Brent: -0,29%, a US$ 71,92 o barril
- Petróleo/WTI: -0,35%, a US$ 68,13 o barril
- Minério de ferro: +1,87%, a US$ 112,59 a tonelada em Dalian
Criptomoedas
- Bitcoin (BTC): -0,6%, a US$ 97.747
- Ethereum (ETH): -2,8%, a US$ 3.762
Boa terça-feira e fique de olho no Money Times para acompanhar as notícias do mercado!