Inflação

Inflação na Zona do Euro desacelera em sinal de esperança ao BCE

30 nov 2022, 8:26 - atualizado em 30 nov 2022, 8:26
Zona do Euro
A taxa de inflação da zona do euro permaneceu em dois dígitos pelo segundo mês (Imagem: Pixabay)

A inflação na zona do euro desacelerou pela primeira vez em um ano e meio, oferecendo um vislumbre de esperança ao Banco Central Europeu em sua luta para conter o pior choque de preços ao consumidor em uma geração.

A leitura da inflação para novembro foi de 10%, informou a Eurostat na quarta-feira, abaixo da estimativa mediana de 10,4% dos economistas pesquisados pela Bloomberg.

O recuo, do patamar de 10,6% em outubro, foi a maior desde 2020 e ocorreu graças a avanços mais lentos nos custos de energia e serviços, mesmo com os preços dos alimentos crescendo mais rapidamente.

Membros do BCE destacaram os dados como cruciais para seu julgamento sobre a possibilidade de aumentar as taxas de juros em 75 pontos-base pela terceira vez consecutiva – um desfecho que agora pode ser menos provável.

Os formuladores de políticas provavelmente estudarão o relatório em uma reunião agendada para quarta-feira, sua reunião final antes da decisão de 15 de dezembro.

Os mercados estão precificando cerca de 57 pontos-base de aumentos de juros até o final do ano. Os títulos europeus ampliaram as perdas após a divulgação de quarta-feira, com os rendimentos alemães de dois anos subindo seis pontos-base para 2,17%.

Embora apenas um único mês de dados, a perspectiva vacilante de enfraquecimento das pressões de preços trará alívio ao BCE após a frustração de meio ano de números repetidamente maiores do que as previsões dos economistas.

Coincide com as estatísticas dos Estados Unidos em outubro que foram na mesma direção, encorajando algumas autoridades do Federal Reserve a considerar uma redução no ritmo de alta de juros.

A taxa de inflação da zona do euro permaneceu em dois dígitos pelo segundo mês, e as autoridades nesta semana tentaram alertar sobre possíveis falsas alvoradas. A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse ao Parlamento Europeu na segunda-feira que “me surpreenderia” se o crescimento dos preços chegasse ao pico.

O vice-presidente do BCE, Luís de Guindos, lamentou no início deste mês as “surpresas negativas” anteriores. Na terça-feira, ele enfatizou que “o sinal que temos que continuar acompanhando é a evolução da inflação subjacente”.

O vice pode estar se referindo à chamada medida de núcleos, que retira elementos voláteis como alimentos e energia. Esse indicador permaneceu inalterado no nível recorde de 5%, mostrou o relatório de quarta-feira.

Os números vêm na sequência de uma série de leituras de preços ao consumidor mais fracas em toda a região do euro nesta semana.

A inflação moderou-se na Alemanha, Itália, Espanha e Holanda. Na França, manteve-se inesperadamente estável. O crescimento dos preços acelerou apenas em três países da zona do euro.

Membros do BCE usarão os dados como um indicador de pressões de preços e como um input para novas previsões econômicas trimestrais. Ao mesmo tempo em que mostram a trajetória da inflação, as projeções também devem revelar como o choque de custos infligido à região está esmagando o crescimento, com uma recessão provavelmente em curso.

Os formuladores de política elevaram os juros em 200 pontos-base desde julho e agora devem decidir se farão outro movimento de 75 pontos-base ou optarão por um passo menor.

Não está claro se um número de inflação mais baixo será suficiente para levar o BCE a um aumento de apenas meio ponto percentual. Na semana passada, Isabel Schnabel, membro do Conselho Executivo, já procurou lançar dúvidas sobre a perspectiva de um aperto mais lento.

“Os dados recebidos até agora sugerem que o espaço para desacelerar o ritmo dos ajustes nas taxas de juros permanece limitado”, disse ela.

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