IPCA surpreende e desacelera para 0,26% em maio

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, subiu 0,26% em maio — uma desaceleração em relação à alta de 0,43% apurada em abril.
O resultado foi influenciado, principalmente, pelo avanço em habitação (1,19% e 0,18 p.p. de impacto), após aumento na energia elétrica, devido à mudança na bandeira tarifária. Entre as quedas, os transportes foram destaques, com deflação de 0,37%.
O indicador veio abaixo das projeções do mercado, que apontavam para um avanço de 0,34%, segundo a mediana das projeções coletadas pelo Money Times.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (10), o IPCA soma alta de 2,75% no ano. Já em 12 meses, o acumulado é de 5,32% — abaixo da expectativa de 5,40%.
Ainda assim, a inflação segue acima da meta perseguida pelo Banco Central, de 3% com tolerância de 1,5 p.p. para cima ou para baixo.
Os grupos do IPCA
O grupo habitação avançou de 0,14% em abril para 1,19% em maio, com alta de 3,62% na energia elétrica residencial — principal impacto no índice do mês, com 0,14 p.p.
Já o grupo alimentação e bebidas subiu 0,17% (0,04 p.p. de impacto), a menor variação mensal desde agosto de 2024, quando havia recuado 0,44%.
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Contribuíram para esse resultado as quedas do tomate (-13,52%), do arroz (-4,00%), do ovo de galinha (-3,98%) e das frutas (-1,67%). No lado das altas destacam-se: batata-inglesa (10,34%), cebola (10,28%), café moído (4,59%) e carnes (0,97%).
Por outro lado, a queda de 0,37% dos transportes contribuiu para a desaceleração do IPCA de maio, exercendo -0,08 p.p. de impacto, com destaque para os recuos na passagem aérea (-11,31%) e combustíveis (-0,72%).
Todos os combustíveis pesquisados registraram queda: óleo diesel (-1,30%), etanol (-0,91%), gás veicular (-0,83%) e gasolina (-0,66%).