Economia

Inflação está agora no pior momento, mas deve fechar ano ao redor de 7,5-8%, diz Guedes

10 set 2021, 13:03 - atualizado em 10 set 2021, 14:15
Paulo Guedes
Ao participar de conferência promovida pelo Credit Suisse, o ministro disse que a expectativa é de que a inflação atinja o topo da banda no ano que vem (Imagem: Flickr/Alan Santos/PR)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, avaliou nesta sexta-feira que o país está passando agora pelo pior momento da inflação mas que o avanço de preços na economia irá desacelerar para fechar o ano ao redor de 7,5%-8%, voltando ao intervalo da meta perseguida pelo Banco Central em 2022.

A previsão representa forte piora ante o último número oficial do Ministério da Economia, divulgado em julho, de uma alta de 5,90% para o IPCA em 2021. Já a perspectiva do mercado é de crescimento de 7,58% para a inflação, conforme boletim Focus mais recente, feito pelo BC junto a uma centena de economistas.

“A sombra da inflação em alta está sobre nós no momento. Acho que estamos no pior momento da inflação”, disse Guedes, ao participar de conferência promovida pelo Credit Suisse.

O IPCA nos 12 meses até agosto bateu em 9,68%, disparando bem acima do teto da meta oficial para este ano — inflação de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos

“Acho que vai começar a desacelerar e fechar o ano ao redor de 8%, 7,5%, algo como isso”, previu o ministro.

Guedes também estimou que o IPCA voltará ao topo da banda de inflação em 2022.

“Nossa expectativa com relação à inflação é que voltaremos ao topo da banda no ano que vem, dezembro do ano que vem. Vamos nos aproximar de 4%, que seria o topo da banda”, disse ele.

Para ​2022, a meta de inflação é de 3,50%, também com margem de 1,5 ponto para mais ou para menos, o que leva o limite superior da meta a 5%. O mercado prevê alta de 3,98% para a inflação no ano que vem, ao passo que a última projeção do Ministério da Economia era de aumento de 3,50%.

Para combater o avanço de preços na economia, o ministro afirmou que o governo irá reduzir tarifas de importação e “provavelmente alguns impostos”.

“É um bom momento para avançar na abertura da economia”, destacou ele, sem entrar em detalhes sobre alíquotas.

(Atualizada às 14:14)