Inflação e boi mais caro nos EUA pressionarão margens de JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3), diz Guide
As ações dos frigoríficos desciam embaladas pelo mau humor geral, nesta sexta (10), do Ibovespa (IBOV) – e global – diante da disparada da inflação nos Estados Unidos, mas conseguiram virar. No entanto, poderão refletir a médio prazo os fundamentos negativos e diretos do custo de vida sobre seus negócios naquele mercado.
JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3), com unidades locais, devem estar preparadas para apertos nas suas margens, sentindo tanto o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, do inglês), recorde em 41 anos para 12 meses – 8,6%, contando maio -, quanto um ajuste mais severo nos custos da aquisição da matéria-prima.
O que até agora não aconteceu, ou seja, o poder de compra vinha forte do americano e ainda as empresas se beneficiavam do ciclo do gado com oferta suficiente, poderá se inverter mais daqui para frente, explica Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos.
E ainda está por vir o Fed (Federal Reserve), incrementando sua política contracionista de juros.
“Com a pandemia e até o começo deste ano, as margens estavam muito fortes”, diz.
Naturalmente que Crespi, assim como outros, não batem definitivamente o martelo sobre um impacto muito negativo sobre o consumo da carne bovina, mas como a inflação foi generalizada – e no grupo alimentos ele também observou altas significativas no leite e ovos, inclusive -, algum reflexo deverá ter associado ao rebanho bovino mais curto e, portanto, mais caro.
Entre os dois players brasileiros, o researcher da Guide faz duas ressalvas, distinguindo um pouco mais as condições de ambas operações nos EUA.
A JBS, mais diversificada e com peso global mais destacado, deverá ter um pouco mais de resiliência via seu negócio de frango.
Já a Marfrig, “está mais refém da inflação americana”.
B3 às 13 horas
JBS sobe 0,98%, a R$ 35,09.
Marfrig se valoriza 0,66%, a R$ 15,28.
E o IBOV cede 1,70%, a 105,2 mil pontos.
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