Inflação é a nova pandemia mundial? EUA sentem a maior alta dos preços em 30 anos
O coronavírus abriu espaço para o que já pode ser visto como uma nova pandemia: a inflação global. Os preços sobem em muitos países como reflexo das feridas deixadas pelo isolamento social e, agora, pelo retorno acelerado do consumo. Os gargalos na cadeia de produção e entrega, por exemplo, levaram a inflação ao consumidor dos EUA ter a maior alta em 30 anos.
“O ritmo acelerado da inflação continuou em outubro, com o Índice de Preços ao Consumidor saltando mais 0,9%. Os preços em 12 meses subiram 6,2%, o ganho mais forte para um período assim em mais de 30 anos”, apontam os economistas do Wells Fargo Sarah House e Michael Pugliese.
Segundo o Bank of America, os números sinalizaram o fortalecimento das pressões persistentes, embora forças transitórias também tenham aumentado. “As pressões pandêmicas e relacionadas à reabertura voltaram a vigorar este mês”, explicam os economistas Alexander Lin, Meghan Swiber e Michelle Meyer.
O Wells Fargo, contudo, lembra que o aumento de preços continua a se estender muito além dos setores mais afetados pela pandemia.
“Esperamos que a inflação suba ainda mais nos próximos meses, antes de começar a diminuir por volta do segundo trimestre do ano que vem. No entanto, com as cadeias de suprimentos provavelmente distorcidas no próximo ano e os preços do setor de serviços tendendo para cima, suspeitamos que a inflação não se parecerá com nada perto da meta do Fed até 2023”, alertam House e Pugliese.
A inflação ao consumidor veio apenas um dia após o relatório de preços ao produtor, que mostrou que a inflação continua aumentando à medida que os desafios na oferta de bens e mão de obra elevam a alta dos preços ainda mais acima da meta de inflação de cerca de 2% do Federal Reserve.