Inflação dos EUA deu descanso ao mercado? Com CPI, S&P comemora novos dados
Nesta quarta-feira (15), o Departamento do Trabalho americano divulgou o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos (EUA), trazendo consigo más notícias para os que aguardam ansiosamente os cortes nas taxas de juros, atualmente entre 5,50% e 5,25%.
O Índice subiu 0,3% em abril, desacelerando em relação aos 0,4% de março e abaixo das expectativas do mercado de manutenção da taxa, acumulando alta anual de 3,4%.
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Para o núcleo, que exclui itens mais voláteis, como alimentos e energia, a inflação desacelerou para 0,3%, mas acumula alta de 3,6%, muito acima da meta do Federal Reserve (Fed) de inflação a 2%, objetivada para reduzir as taxas de juros.
Apesar disso, o índice S&P 500 atingia um novo máximo histórico nesta quarta, segundo a Forbes, subindo até 0,6%, para 5.279,26, com a visão otimista sobre a diminuição da inflação dos EUA.
CPI aumentou otimismo, mas reduções talvez demorem
Para Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, a composição do índice revela que os preços de serviços continuam pressionando a inflação, um reflexo do mercado de trabalho aquecido, enquanto os preços de bens contribuem para uma menor leitura do indicador.
Ela também destaca o tom dos membros do Federal Reserve, que reforçam a mensagem de que não esperam novos aumentos de juros pela crença de que o nível atual é restritivo o suficiente para que a inflação siga em direção à meta.
Entretanto, há também um ponto negativo, com os dados inflacionários demonstrando resistência e o reforço de que o comitê precisa de mais tempo antes de iniciar os cortes.
“Apesar de o mercado esperar que o processo de redução de juros comece ainda neste ano, nossa visão é de que a persistência da pressão inflacionária é inconsistente com o início do ciclo de cortes em 2024”, finaliza a economista.
Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, afirma que o CPI abaixo do esperado é considerado algo muito positivo, já que o maior controle no dado pode ser levado em consideração pelo Fed para as próximas decisões.
“Também tivemos PPI, que veio ontem aqui também, veio abaixo do esperado. São indicadores relevantes para o Fed tomar uma decisão talvez mais dovish em relação aos juros”, complementa.
Ele aponta que é possível que a economia norte-americana comece a pensar em pelo menos uma redução até o final do ano.
As apostas para o início das reduções em setembro começam a aumentar, segundo o CME FedWatch Tool. A ferramenta, que apresenta probabilidades para os cortes de juros, aponta que 70,8% do mercado aposta em reduções para a reunião dessa data.