Inflação do Reino Unido acelera mais que o esperado em janeiro e testa cenário do BC
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A inflação no Reino Unido acelerou mais do que o esperado em janeiro, atingindo a máxima em 10 meses de 3,0%, e deve aumentar ainda mais em breve, testando a confiança do Banco da Inglaterra de que as pressões dos preços diminuirão no longo prazo.
O Banco da Inglaterra e economistas consultados pela Reuters esperavam que a inflação aumentasse menos, para 2,8%, após a leitura de dezembro de 2,5%.
O Escritório para Estatísticas Nacionais disse que o aumento em janeiro foi impulsionado, em grande parte, por uma queda menor do que o normal nas tarifas aéreas naquele mês – um componente volátil que empurrou a inflação para baixo em dezembro – e pelo aumento nos preços dos combustíveis automotivos.
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Os preços dos alimentos também subiram, enquanto outro fator foi o aumento das mensalidades de escolas particulares após a decisão do governo do primeiro-ministro Keir Starmer de cobrar imposto sobre valor agregado sobre elas.
De modo geral, os preços dos serviços – que têm destaque no debate do banco central sobre a rapidez com que a taxa de juros deve ser cortada – subiram acentuadamente de 4,4% para 5,0%, mas menos do que a taxa de 5,2% esperada pelos economistas ou pelo banco central.
Zara Nokes, analista de mercado global do J.P. Morgan Asset Management, disse que a taxa de inflação mais alta do que o esperado, combinada com os fortes números do crescimento salarial anunciados na terça-feira, causará “uma grande dor de cabeça” para o Banco da Inglaterra.
“Com o aumento dos impostos sobre os empregadores e o aumento do salário mínimo ainda em andamento, é difícil ver como a dinâmica da inflação melhorará significativamente no curto prazo”, disse Nokes.