Internacional

Inflação do Japão ronda máxima em 2 anos e Banco Central alerta para pressão de preços

21 jan 2022, 8:26 - atualizado em 21 jan 2022, 8:26
Consumo Japão
O aumento no núcleo do índice de preços ao consumidor –que exclui os voláteis alimentos frescos mas inclui custos de energia– ficou ligeiramente abaixo das previsões do mercado, de ganho de 0,6% (Imagem: REUTERS/Issei Kato/File Photo)

O núcleo dos preços ao consumidor do Japão subiu 0,5% em dezembro em relação a um ano antes, avançando pelo segundo mês consecutivo e ao ritmo mais rápido em quase dois anos, num sinal de ampliação da pressão inflacionária em meio aos custos crescentes de combustíveis e matérias-primas.

A recente aceleração da inflação chamou a atenção das autoridades do banco central. Algumas disseram que as empresas podem estar começando a ser mais agressivas ao repassar custos mais altos aos consumidores, mostrou a ata reunião de política monetária de dezembro do Banco do Japão nesta sexta-feira.

“É improvável que o Japão veja os salários subirem tão acentuadamente quanto nos Estados Unidos. Mas há uma chance significativa de que o crescimento econômico e a inflação superem as expectativas”, disse um membro da diretoria do banco central na reunião.

O aumento no núcleo do índice de preços ao consumidor –que exclui os voláteis alimentos frescos mas inclui custos de energia– ficou ligeiramente abaixo das previsões do mercado, de ganho de 0,6%.

A alta veio em linha com o avanço de 0,5% registrado em novembro, que foi o mais forte desde fevereiro de 2020, mostraram dados do governo nesta sexta-feira.

Ainda assim, o aumento não deve desencadear uma retirada imediata do estímulo monetário pelo Banco do Japão, com a inflação ainda bem abaixo de sua meta de 2% e sendo impulsionada principalmente por fatores externos, e não por uma forte demanda doméstica.

Mas o banco central enfrentará o desafio de domar as especulações do mercado sobre uma retirada antecipada de sua política monetária ultrafrouxa, já que alguns analistas esperam que a inflação ao consumidor se aproxime de 2% com o fim de cortes de tarifas celulares, em abril.

A inflação crescente também pode prejudicar o consumo num momento em que um salto nos casos da nova variante Ômicron do coronavírus –com mais pessoas ficando em casa– ofuscando as perspectivas da frágil recuperação econômica do Japão.