Economia

Inflação deve romper os 6% em 2025, pressionada pelo câmbio depreciado, estima XP

08 jan 2025, 17:07 - atualizado em 09 jan 2025, 9:00
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(Imagem: Phaelnogueira/Getty Images)

A XP Investimentos revisou a projeção para a inflação brasileira de 5,2% para 6,1% em 2025, refletindo a demanda interna aquecida no curto prazo e a taxa de câmbio mais depreciada.

O economista-chefe da casa, Caio Megale, e sua equipe destacam que o câmbio está pressionando bens industrializados e alimentos. “Vemos a taxa de câmbio em níveis mais depreciados este ano”, dizem ao elevar a projeção de R$/US$ 5,85 para R$/US$ 6,20.

A XP subiu a estimativa para a inflação de bens industrializados – dada à elevada penetração de importados em insumos e bens finais – e de alimentos, em particular aqueles com preços influenciados pelo mercado internacional. “Prevemos aumento de 4,0% para o grupo de bens industrializados e de 10,2% para alimentação no domicílio.”

Os preços de serviços também devem acelerar. “Elevamos também nossa previsão para o grupo de serviços, de 5,6% para 6,4%”, afirmam.

Além do efeito da depreciação cambial no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), eles destacam:

  • a inflação corrente mais alta, tanto para consumidores quanto produtores;
  • a atividade aquecida e surpreendendo para cima no curto prazo, puxada pela demanda interna;
  • o mercado de trabalho apertado, com ganho de tração dos salários reais no final do ano passado; e
  • a desancoragem adicional das expectativas inflacionárias.

A equipe aponta ainda que o desafio da política monetária aumenta à medida que as expectativas de inflação de curto e médio prazos continuam se afastando da meta.

A XP, inclusive, elevou a projeção para a Selic de 15% para 15,50% ao final do ciclo de alta e postergou o início do ciclo de cortes para 2026.

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PIB e resultado primário

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a XP projeta que o Brasil crescerá 3,6% em 2024, 2% em 2025 e 1% em 2026.

Ao longo de 2025, eles esperam um arrefecimento. O PIB deve apresentar crescimento significativo no primeiro trimestre, puxado pela safra de soja. Passado esse efeito, os setores mais cíclicos devem desacelerar o avanço da economia, na esteira do aumento da inflação, piora das condições financeiras e menor impulso fiscal.

“Por um lado, o efeito de carrego estatístico deixado pelo PIB de 2024 parece ser maior do que o estimado anteriormente; por outro lado, as condições monetárias serão ainda mais contracionistas em 2025, conforme discutido na última seção deste relatório.”

Já para o resultado primário, a equipe projeta que o governo deve ter menor dificuldade para atingir a meta em 2025, graças ao cenário econômico que favorece a arrecadação. A dívida pública, por sua vez, continuará subindo, ampliando preocupações quanto à sustentabilidade fiscal.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.