Giro do Mercado

Inflação deve romper o teto da meta e pode chegar a 6%, afirma analista; Cenário internacional é incerto para 2025

12 mar 2025, 13:25 - atualizado em 12 mar 2025, 13:25

A divulgação da alta de 1,31% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação no Brasil, veio dentro das expectativas do mercado, com desaceleração de alguns segmentos. No entanto, para Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, os números ainda causam preocupação.

“Qualitativamente, podemos ver algumas linhas que passam até mais tranquilidade. Mas isso não significa que o problema está resolvido, pelo contrário. A inflação em 12 meses já passa dos 5%, sendo que o teto da meta é 4,5%. Em meados de 2025, este número pode ir a 6%”, afirmou Spiess em entrevista ao Giro do Mercado desta quarta-feira (12).

O analista destaca uma espécie de efeito rebote, já esperado desde janeiro devido ao impacto do bônus de Itaipu na redução das tarifas de energia elétrica residencial, segmento que subiu 16,8%. Além disso, setores de educação, transporte e habitação avançaram no período, o que já esperado neste início de ano.

Para Spiess, o cenário político não ajuda. “Vejo com preocupação as iniciativas do governo flertarem com soluções paliativas, superficiais, que não resolvem estruturalmente o problema. Pelo contrário, podem até piorar, se o mercado interpretar que o governo está enveredando para o que foi na era Dilma”, disse.

Inflação desacelera nos Estados Unidos (EUA)

Enquanto os dados de inflação continuam preocupando o cenário doméstico, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos (EUA) veio abaixo das expectativas de mercado, com ligeira alta de 0,2%.

Sobre a inflação americana, o analista considera os dados futuros como incertos, devido às idas e vindas do presidente Donald Trump em relação à cobrança de tarifas para parceiros comerciais.

Spiess afirma que se as tarifas forem de fato implementadas, a tendência é de que o índice suba, já que os preços seriam repassados ao consumidor em alguma medida. Mas sem uma posição definitiva do governo, o mercado tem mais dificuldade para realizar projeções.

O especialista ainda comentou sobre cortes de juros nos EUA, volatilidade dos mercados internacionais e a possibilidade da concretização de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia. Para assistir ao programa na íntegra, acesse o canal do Money Times no youtube.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
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