Economia

Inflação de janeiro deve acelerar em meio a cabo de guerra entre Lula e Banco Central

08 fev 2023, 10:59 - atualizado em 08 fev 2023, 10:59
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Primeiro mês de Lula no poder pode ser marcado por alta de até 0,60% na inflação. Prévia do IPCA apontou para avanço de 0,55%. (Imagem: Mehaniq)

Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva critica a política monetária do Banco Central, a inflação brasileira de seguir para a sua quarta alta seguida.

Na quinta-feira (9), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro.

Há duas semanas, a prévia da inflação para o período apontava para uma alta de 0,55% no primeiro mês de Lula no poder.

Para Ana Paula Vescovi, economista-chefe e diretora de macroeconomia do Santander, o IPCA deve se manter alinhado com a prévia e subir 0,55%, impulsionado pelos preços livres.

A inflação acumulada em 12 meses deve permanecer estável em 5,8% – nível mais baixo desde março de 2021.

“Seguimos destacando a dicotomia entre a expectativa da continuidade do movimento de desaceleração nos bens industriais e a visão de que a inflação de serviços siga persistentemente elevada por um bom tempo, como reflexo de um mercado de trabalho apertado e de impulsos fiscais”, afirma em relatório.

Para o ano de 2023, a economista destaca que o IPCA deve se manter na faixa entre 5% e 6%. “Não será tarefa fácil trazer a inflação de volta ao centro da meta [3%] no final de 2024.”

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Gasolina pesando na inflação

Felipe Sichel, sócio e economista-chefe do Banco Modal, é ligeiramente mais pessimista e projeta uma alta de 0,60% na inflação de janeiro.

O grupo de Transportes deve ser um dos que mais devem pressionar o indicador, puxado pelos combustíveis e alta no preço da gasolina.

“O avanço observado pouco reflete o reajuste promovido pela Petrobras, cujo anúncio e implementação ocorreu apenas no final do período de coleta”, afirma Sichel, em relatório, que destaca que o auge do impacto é projetado para fevereiro.

Para o final do ano, o economista elevou as projeções da inflação acumulada, de 5,95% para 6,20%.