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Inflação das commodities atinge gigante de turbinas eólicas

11 ago 2021, 9:41 - atualizado em 11 ago 2021, 9:41
Vestas
As ações da Vestas acumulam baixa de 15% no acumulado do ano (Imagem: Facebook/Vestas)

Uma das maiores fabricantes mundiais de turbinas eólicas reduziu suas previsões para o ano devido ao impacto da inflação das commodities e gargalos nas cadeias de suprimento.

A dinamarquesa Vestas Wind Systems agora espera que a receita anual fique cerca de 3% abaixo da projeção anterior.

Incorporadoras no setor de energia renovável enfrentam custos crescentes de matérias-primas como cobre e aço, metais essenciais para a indústria eólica.

As commodities sobem em 2021 com a recuperação das economias globais dos efeitos da pandemia, o que elevou o preço de diversas matérias-primas, como petróleo e gás natural.

Devido aos custos mais altos, a rival espanhola Siemens Gamesa Renewable Energy, que também fabrica turbinas, registrou prejuízo no início do ano, enquanto a Vestas teve perdas no primeiro trimestre em razão de problemas logísticos, como o bloqueio do Canal de Suez.

“A inflação está aqui”, disse o CEO da Vestas, Henrik Andersen, em entrevista à Bloomberg TV. “Vemos alguns desses desafios conosco pelo resto do ano.”

As ações da Vestas acumulam baixa de 15% no acumulado do ano.

A empresa agora espera receita anual entre 15,5 bilhões de euros (US$ 18,2 bilhões) e 16,5 bilhões de euros (US$ 19,3 bilhões), frente à previsão anterior de 16 bilhões de euros a 17 bilhões de euros, segundo balanço divulgado na quarta-feira.

A Vestas também reduziu a previsão para a margem sobre o lucro antes dos juros e impostos de 6% a 8% para entre 5% e 7%.

Os retornos reduzidos de empresas de energia renovável coincidem com maior demanda mundial por parques eólicos e solares.

A indústria precisa investir pelo menos US$ 92 trilhões até 2050 para cortar as emissões com rapidez suficiente e evitar os piores efeitos da mudança climática, de acordo com a BloombergNEF.

Os custos de transporte praticamente triplicaram em relação há um ano, disse a diretora financeira da Vestas, Marika Fredriksson, em entrevista. A crise de capacidade de cargas não deve melhorar este ano e provavelmente continuará em 2022, disse.

Na Ásia, a empresa enfrenta dificuldades para instalar turbinas em países como o Vietnã, onde existem restrições para frear a propagação da variante delta do coronavírus, disse Freriksson.

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