Internacional

Inflação da zona do euro enfraquece e deve impulsionar apostas de corte nos juros

01 abr 2025, 9:06 - atualizado em 01 abr 2025, 9:06
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O aumento anual dos preços ao consumidor nos 20 países que compartilham o euro diminuiu para 2,2% em março, de 2,3% em fevereiro. (Imagem: Flickr/Banco Central Europeu)

A inflação da zona do euro diminuiu conforme o esperado no mês passado e uma medida das pressões subjacentes dos preços também caiu, provavelmente aumentando as expectativas já generalizadas de outro corte nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu no final de abril.

O aumento anual dos preços ao consumidor nos 20 países que compartilham o euro diminuiu para 2,2% em março, de 2,3% em fevereiro, em linha com as expectativas de uma pesquisa da Reuters, devido a uma grande queda nos custos de energia e à desaceleração da inflação de serviços, mostraram os dados do Eurostat nesta terça-feira (1).

O núcleo do índice, que exclui os preços voláteis de alimentos e combustíveis, desacelerou de 2,6% para 2,4%. Esse resultado ficou abaixo das expectativas de 2,5%, o que provavelmente representa um alívio para o BCE, que há muito tempo se preocupa com a persistente alta dos preços.

O BCE cortou as taxas de juros seis vezes desde junho do ano passado e os investidores estão cada vez mais convencidos de que haverá outro movimento desse tipo em 17 de abril, já que a economia continua estagnada, os preços da energia recuaram e o euro subiu. Enquanto isso, um aumento recente nos rendimentos de longo prazo desfez alguns dos esforços anteriores do BCE para reduzir os custos dos empréstimos.

Embora a iminente guerra comercial com os Estados Unidos represente uma ameaça fundamental para a economia da zona do euro, os sinais recentes do BCE sugerem que as preocupações com a inflação permanecem baixas.

As tarifas e as inevitáveis medidas retaliatórias desaceleram o crescimento e aumentam os preços, podendo criar um ambiente de estagnação com inflação alta, comumente chamado de estagflação.

Porém, Luis de Guindos, vice-presidente do BCE, argumentou na semana passada que o impacto sobre o crescimento será tão prejudicial que essencialmente extinguirá a pressão extra dos preços, deixando apenas um impacto “de curta duração” sobre os preços.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que uma guerra comercial poderia subtrair meio ponto percentual do crescimento econômico do bloco, um grande golpe, já que a expansão geral do ano passado foi de apenas 0,9%.

Reforçando as apostas nos cortes de juros, o avanço dos preços dos serviços desacelerou para 3,4%, de 3,7%, como muitas autoridades do BCE haviam previsto.

Os serviços têm sido a maior dor de cabeça para as autoridades de política monetária no último ano, uma vez que a inflação ficou presa perto de 4% durante quase todo o ano de 2024, desafiando a narrativa de que a redução do crescimento dos salários está extinguindo lentamente as pressões sobre os preços.

Entretanto, a inflação dos preços dos alimentos acelerou ainda mais, impulsionada por um aumento de 4,1% no custo dos alimentos não processados.

Os mercados agora veem uma chance de 70% a 75% de corte na taxa de depósito de 2,5% do BCE em abril, com um movimento até junho mais do que totalmente precificado. Em seguida, os juros devem cair ainda mais em 2025, e os investidores veem a taxa de depósito chegando a 2,00% ou 1,75% na virada do ano.

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reuters@moneytimes.com.br
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