Inflação da Zona do Euro cai mais do que o esperado em janeiro, mas núcleo mantém pressão
A inflação da Zona do Euro diminuiu pelo terceiro mês consecutivo em janeiro, mas o alívio pode ser limitado uma vez que o aumento do núcleo do índice de preços se manteve estável e já foram levantadas preocupações sobre a confiabilidade dos números.
A inflação anual no bloco monetário de 20 nações caiu para 8,5% no mês passado, de 9,2% em dezembro, segundos dados da agência de estatísticas da União Europeia nesta quarta-feira.
O número ficou bem abaixo da expectativa de 9% em pesquisa da Reuters.
O crescimento dos preços tem caído rapidamente desde que atingiu um recorde de 10,6% em outubro, mas o Banco Central Europeu já prometeu mais aumentos dos juros, temendo que sem custos de empréstimo mais altos a inflação possa ficar acima de sua meta de 2%.
O BCE vai se reunir na quinta-feira e deve aumentar os juros em 0,5 ponto percentual, para 2,5%, e a maior questão é quanto mais de aperto irá sinalizar.
É pouco provável que a queda da inflação elimine as preocupações das autoridades conservadoras de que o rápido crescimento dos preços está se enraizando, uma preocupação reforçada pelo núcleo da inflação nesta quarta-feira.
Excluindo os preços de alimentos e combustíveis, a inflação subiu de 6,9% para 7%, enquanto uma medida ainda mais restrita observada de perto pelo BCE manteve-se em 5,2%, superando as previsões de 5,1%.
O núcleo da inflação foi impulsionado por um salto nos preços de alimentos processados e bens industriais, mas a inflação dos serviços aliviou um pouco.
Outra questão é a confiabilidade dos dados.
Ao contrário de outros meses, os dados da Alemanha, a maior economia do bloco, estão faltando, e a Eurostat foi forçada a usar uma estimativa baseada em modelos.
Os números de janeiro também são propensos a uma volatilidade incomum devido às mudanças de preços no início do ano, dizem economistas.