Inflação brasileira deve seguir acima do teto da meta até março de 2026, diz UBS BB

A inflação brasileira deve seguir acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central (BC) até março de 2026, afirmam os economistas do UBS BB. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou fevereiro em 5,06% e vem rompendo a banda superior da meta desde outubro de 2024.
Os economistas Alexandre de Azara, Fabio Ramos e Rodrigo Martins esperam que o índice atinja o pico de 5,5% em abril. Já no fechamento de 2025, a projeção é de 5%.
“Apesar da desaceleração para 5% que esperamos durante o ano (abaixo do consenso de 5,7%), a inflação deve permanecer acima do limite superior da meta (4,5%) pelos próximos 12 meses”, dizem.
Para os próximos meses, o banco também projeta que as métricas dos núcleos do IPCA permaneçam pressionadas nas taxas anualizadas. Os preços industriais subjacentes, os serviços e os alimentos devem seguir elevados.
Os setores industriais subjacentes podem permanecer sob pressão devido ao repasse restante da depreciação cambial passada, explicam.
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Já do lado dos serviços, independentemente da previsão de atividade econômica mais fraca, os economistas dizem que a desaceleração não é suficiente para quebrar a persistência do mês passado e derrubá-los rapidamente.
A inflação de alimentos também deve seguir pressionada, apesar das boas perspectivas para a colheita no primeiro semestre de 2025. “Os preços globais mais altos de alguns produtos estão incentivando as exportações do Brasil, como carne, e aumentando os preços localmente”.
Além disso, o grupo deve refletir a depreciação cambial. “Prevemos que a inflação de alimentos permaneça entre 7% e 8% durante a maior parte de 2025 e desacelere para 5,5% a 6,0% no quarto trimestre”, dizem.
Para 18 meses a partir de agora, considerado o horizonte relevante para a política monetária, o UBS vê uma inflação de 3,6% — dentro da banda de tolerância da meta, mas ainda acima do centro de 3%.