Economia

Inflação ‘bem-comportada’ não será suficiente para cortar a Selic; XP aponta 3 riscos

18 jul 2024, 11:27 - atualizado em 18 jul 2024, 11:42
ipca inflação julho
Inflação deve seguir bem-comportada nos próximos meses, mas não é suficiente para cortar de juros (Imagem: Canva Pro)

A inflação brasileira deve seguir “bem-comportada” nos próximos meses, mas os riscos de médio e longo prazo seguem no radar, avaliam os economistas da XP Investimentos. O mercado de trabalho aquecido, a desvalorização do real e o cenário internacional limitam a continuidade da queda de juros por aqui.

O economista-chefe da casa, Caio Megale, e sua equipe avaliam que o mercado de trabalho aquecido, os salários em alta e a desvalorização do real adicionaram mais cautela às perspectivas.

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“Os impactos de uma moeda mais fraca sobre a inflação não são imediatos, mas já devem ser percebidos nos preços de alimentos nesse ano. Já em produtos industrializados, esperamos reação nos preços a partir do último trimestre deste ano, mas com maior impacto no ano que vem”, dizem.

Do lado internacional, eles destacam, principalmente, os potenciais impactos de conflitos geopolíticos que seguem vigentes, podendo impactar preços — como de combustíveis, alimentos e fretes. “Por esses e outros fatores, vimos os preços internacionais de commodities em alta nos últimos meses”, avaliam.

A XP projeta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre 2024 em 4% e 2025 em 4,3% — ambos acima da meta do Banco Central, mas dentro do intervalo de tolerância.

XP vê sinais de alívio para a inflação

Os economistas da XP destacam que a leitura de junho do IPCA — alta mensal de 0,21% e anual de 4,23% — trouxe surpresas positivas, especialmente por conta da desaceleração nos preços de alimentos.

Segundo eles, a desaceleração na inflação de alimentos é explicada pela “devolução” da forte alta vista em maio no Rio Grande do Sul, diante das enchentes que impactaram a região no período. A categoria “alimentação no domicílio” registrou queda de 0,88% em junho, revertendo a alta de 3,64% em maio.

“Os impactos da tragédia climática no RS sobre os preços de alimentos estão se dissipando mais rápido do que o esperado, trazendo alívio para a inflação de curto prazo”, dizem.

Além disso, após alguns meses de “luz amarela”, a inflação de serviços voltou a trazer sinais de alívio. Os serviços subjacentes caíram para 4,6% na média dos últimos três meses em junho, de 5% em maio.

“Os preços de serviços são essenciais para entender comportamento da inflação como um todo, sinalizando tendências adiante. Isso porque eles tendem a ser menos impactados por movimentos que chamamos de ‘oferta’; tendo seu movimento mais relacionado ao comportamento da atividade econômica”, avaliam.

Os economistas ainda destacam que a recente desaceleração da inflação de serviços intensivos em mão de obra representa boas notícias – especialmente em meio a um mercado de trabalho aquecido.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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