Inflação ao consumidor na China vai ao menor nível em um ano e deixa espaço para mais estímulos
A inflação anual ao consumidor da China desacelerou para a taxa mais baixa em um ano em fevereiro, com os consumidores ainda cautelosos apesar do abandono dos fortes controles contra a pandemia no final de 2022.
Combinados com a persistência da deflação do produtor, também divulgada nesta quinta-feira, os dados mostraram que a pressão de preços não se tornou um obstáculo para mais ações do governo buscando sustentar a recuperação econômica da depois da Covid-19, disseram analistas.
O índice de preços ao consumidor avançou em fevereiro 1,0% na comparação com o ano anterior, no ritmo mais lento desde fevereiro de 2022, informou a Agência Nacional de Estatísticas (NBS).
O resultado ficou bem abaixo da expectativa de uma alta de 1,9% em pesquisa da Reuters e do aumento anual de 2,1% visto em janeiro.
O governo tem como meta um nível médio para os preços ao consumidor este ano de cerca de 3% em relação a 2022.
Zhiwei Zhang, presidente da Pinpoint Asset Management, disse que os números estão em conflito com outros dados que mostram força considerável na demanda doméstica.
“No entanto, a inflação ao consumidor fraca abre espaço para o governo adotar mais políticas de flexibilização monetária”, disse ele.
No entanto, os economistas em geral não esperam grandes mudanças na política monetária este ano.
O governo cortou a taxa de compulsório dos bancos duas vezes no ano passado para estimular a economia.
A agência de estatísticas atribuiu a desaceleração do crescimento dos preços ao consumidor à queda na demanda após o feriado do Ano Novo Lunar em janeiro.
A maioria dos preços dos alimentos frescos caiu como resultado do clima quente e da oferta abundante, afirmou.
O índice, que é ajustado sazonalmente, caiu 0,5% em relação ao mês anterior, contra expectativa de avanço de 0,2% e de alta de 0,8% em janeiro.
A deflação ao produtor se aprofundou em fevereiro e chegou ao quinto mês seguido.
O índice de preços ao produtor caiu em fevereiro 1,4% em relação ao ano anterior, devido em grande parte aos custos mais baixos das commodities.
A expectativa era de queda de 1,3% em pesquisa da Reuters, após contração de 0,8% observada em janeiro.