Inflação americana mais alta em 40 anos indica sinais de recessão
O índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) surpreendeu negativamente o mercado, nesta quarta-feira (13). A inflação anual avançou 9,1% – maior nível desde novembro de 1981.
A alta na inflação já era esperada, principalmente porque ainda não reflete as últimas quedas no preço do petróleo. Acontece que os dados mostram muito mais do que um descontrole nos preços.
O estrategista-chefe da Guide Investimentos, Alex Lima, afirma que a diferença entre o núcleo da inflação – que exclui itens voláteis como energia e alimentos – e o CPI, em si, está alta. “Esse gap é raro e tende a estar presente próximo de recessões. A última vez que esteve assim, foi em 2008 [quando o banco Lehman Brothers quebrou e deu início a uma crise financeira global].”
E o problema não está só nos preços da energia ou alimentos. Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, destaca que esses dois grupos já estavam no radar do mercado. “O núcleo de bens, por outro lado, veio mais forte. O vestuário veio puxado e há altas espalhadas em categorias diversas. O núcleo de serviços também veio acima da tendência esperada e do resultado anterior.”
Segundo a economista, por mais que o preço da energia caia no indicador do mês que vem, a dinâmica que está sendo vista na categoria de serviços é suficiente para deixar qualquer analista econômico extremamente preocupado com a persistência da inflação.
Também está no radar a saúde do mercado de trabalho americano, que está cada vez mais apertado. A falta de mão de obra está gerando uma inflação salarial.
O Bank of America (BofA) já projeta uma leve recessão na economia dos EUA ainda este ano, sendo que o Produto Interno Bruto (PIB) do 4º trimestre deve cair 1,4%.
Além disso, as projeções de Federal Reserve de Atlanta já indicam que os Estados Unidos entraram em uma recessão técnica. “Me parece cada vez mais claro que a curva precisa ficar cada vez mais invertida nos EUA. Com inflação próxima dos 2 dígitos e a perspectiva de recessão se materializando, há espaço para a inversão ficar mais negativa. Isso também é condizente com as próprias projeções do Fed”, afirma Alex.
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